sábado, 31 de março de 2012

A Impontualidade do amor Você está sozinho. Você e a torcida do Flamengo. Em frente a tevê, devora dois pacotes de Doritos enquanto espera o telefone tocar. Bem que podia ser hoje, bem que podia ser agora, um amor novinho em folha. Triiiiiiiiiiiimmm! É sua mãe... Quem mais poderia ser? Amor nenhum faz chamadas por telepatia. Amor não atende com hora marcada. Ele pode chegar antes do esperado e encontrar você numa fase, sem disposição para relacionamentos sérios. Ele passa batido e você nem aí. Ou pode chegar tarde demais e encontrar você desiludido da vida, desconfiado, cheio de olheiras. O amor dá meia-volta, volver. Por que o amor nunca chega na hora certa? Agora, por exemplo... ... que você está de banho tomado e camisa jeans. Agora que você está empregado, lavou o carro e está com grana para um cinema. Agora que você pintou o apartamento, ganhou um porta-retrato e começou a gostar de jazz. Agora que você está com o coração às moscas e morrendo de frio. O amor aparece quando menos se espera e de onde menos se imagina. Você passa uma festa inteira hipnotizado por alguém que nem lhe enxerga, e mal repara em outro alguém que só tem olhos pra você. Ou então fica arrasado porque não foi pra praia no final de semana. Toda a sua turma está lá, azarando-se uns aos Outros, sentindo-se um ET perdido na cidade grande, você busca refúgio uma locadora de vídeo, sem prever que ali mesmo, na locadora, irá encontrar a pessoa que dará sentido a sua vida. O amor é que nem tesourinha de unhas, nunca está onde a gente pensa. O jeito é direcionar o radar para norte, sul, leste e oeste. Seu amor pode estar no corredor de um supermercado, pode estar impaciente na fila de um banco, pode estar pechinchando numa livraria, pode estar cantarolando sozinho dentro de um carro. Pode estar aqui mesmo, no computador, dando o maior mole. O amor está em todos os lugares, você que não procura direito. A primeira lição está dada: ... o amor é onipresente. Agora a segunda: ... mas é imprevisível. Jamais espere ouvir "eu te amo" num jantar à luz de velas, no dia dos namorados. O amor odeia clichês. Você vai ouvir "eu te amo" numa terça-feira, às quatro da tarde... depois de uma discussão e... as flores vão chegar no dia que você tirar carteira de motorista, depois de aprovado no teste de baliza. ... Idealizar é sofrer ! Amar é surpreender ! (Martha Medeiros)

sexta-feira, 30 de março de 2012

CUCA Che Guevara apresenta espetáculo com recursos de audiodescrição Memórias de Natal - apresentação no CUCA Che Guevara O Projeto Multiacesso do CUCA traz, nesta sexta-feira (30), o espetáculo "Memórias de Natal", em que por parte do elenco é formado por pessoas com deficiência visual. A apresentação da Companhia de Teatro Ponto de Vista começa às 15h, no Cineteatro, e conta com recursos de audiodescrição, uma modalidade de tradução audiovisual que oferece acessibilidade a esse público, através da narração simultânea.  Na ocasião, a narração será feita pela pesquisadora do grupo de Legendagem e Audiodescrição da Universidade Estadual do Ceará (UECE), Bruna Leão, que assina o roteiro da audiodescrição da peça, junto com Klístenes Braga, produtor cultural do CUCA. Para assistir ao espetáculo foram convidados os alunos do Instituto Hélio Góes, entidade mantida pela Sociedade de Assistência aos Cegos do Ceará. A apresentação é uma parceria do CUCA Che Guevara com a Associação dos Tradutores Audiovisuais do Brasil (ATAV - Brasil). Sinopse: O espetáculo propõe uma reflexão sobre o verdadeiro sentido do Natal, fazendo uma crítica ao consumismo presente nessa época e mostrando o protagonismo das pessoas com deficiência visual, no universo das artes cênicas. CUCA Che Guevara Endereço: Avenida Presidente Castelo Branco, 6417 - Barra do Ceará - Fortaleza – CE Como chegar ao CUCA Che Guevara de ônibus: 052. Grande Circular II (Papicu-Papicu) 070. CUCA Barra/Parangaba/Centro (Barra do Ceará-Parangaba) 101. .Beira Rio (Bairro-Centro) 942. Antônio Bezerra/Barra do Ceará (Antônio Bezerra-Barra Ceará) Participe, mande sugestões e comentários através do email: cucacheguevara@fortaleza.ce.gov.br. Fonte: CUCA Che Guevara

quinta-feira, 29 de março de 2012

SP cria rede de saúde para pessoa com deficiência O decreto que cria a Rede de Atenção à Saúde da Pessoa com Deficiência, será assinado pelo Prefeito Gilberto Kassab e os Secretários Marcos Belizário (SMPED) e Januário Montone (Saúde). A rede será coordenada pela Secretaria Municipal de Saúde e contará com a parceria da SMPED. Suas diretrizes são: promoção da qualidade de vida das pessoas com deficiência; assistência integral à saúde das pessoas com deficiência; prevenção de deficiências; fortalecimento dos mecanismos de informação e comunicação; organização e fortalecimento dos serviços de atenção à saúde das pessoas com deficiência, e capacitação dos recursos humanos da rede de serviços de saúde. Postado:29/03/2012 Capa revista Incluir

Exposição PARA TODOS conta a trajetória de luta das pessoas com deficiência Capital gaúcha recebe exposição sobre a trajetória política das pessoas com deficiência Exposição Para Todos no Rio Grande do Sul Descrição da foto:A receptiva Vilma mostra o mapa do Brasil tátil para Maria do Rosário, Ministra da Secretaria Nacional dos Direitos Humanos; Sandra Genro, primeira dama do Estado RS; Antonio José Ferreira, Secretário Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência; Cláudio Silva, diretor presidente da FADERS. Foto ACOM Faders Foi inaugurada, no dia 9 de março, em Porto Alegre, a Exposição "PARA TODOS" - O Movimento Político das Pessoas com Deficiência no Brasil, com garantia de total acessibilidade. Por meio de uma linha do tempo, os visitantes podem fazer um passeio pela história da discriminação sofrida, da luta e conquista das pessoas com deficiência para terem seus direitos humanos garantidos.  Concebida com base no Desenho Universal, a Exposição oferece meios para que todas as pessoas com deficiência tenham acesso às informações, como sinalização tátil (placas em Braille), audioguias (acesso de áudio ao conteúdo dos painéis), vídeos com Libras (para compreensão das pessoas com deficiência auditiva), piso tátil (a fim de guiar o visitante com deficiência visual), materiais táteis (mapa do Brasil, obras artísticas) e audiocatálogo para todas as pessoas que visitarem a mostra. A abertura da Exposição contou com a presença da ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), Maria do Rosário; e do secretário nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Antonio José Ferreira, da SDH/PR. De acordo com a ministra, o objetivo da Exposição é mostrar a valorização e o respeito à dignidade desta parcela da população, que historicamente esteve condenada à segregação. "É fundamental contarmos essa história de pessoas que são protagonistas das suas lutas", comentou. A mostra fica em Porto Alegre até o dia 4 de abril, na Usina do Gasômetro, e pode ser visitada de terça a domingo, das 10h às 18h. Posteriormente, percorrerá mais nove cidades nos próximos meses: São Paulo, Florianópolis, São Bernardo do Campo, Rio de Janeiro, Brasília, Cuiabá, Rio Branco, Belém e Recife. A curadoria está a cargo das jornalistas Vera Rotta e Maria José Coelho e o projeto cenográfico foi desenvolvido pelos arquitetos Tiago Balem (coordenação) e Luciano Topim. A Exposição conta ainda com a parceria da Organização dos Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI), com o apoio da Fundação SM e da Fundação de Articulação e Desenvolvimento de Políticas Públicas para Pessoas Portadoras de Deficiência e de Altas Habilidades no Rio Grande do Sul (FADERS). Fonte: Clipping da Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência

sexta-feira, 23 de março de 2012

E eis que o Carnaval já passou, faz tempo. Março está no fim e o verão seguiu caminho para outros continentes… Na Civiam, o final deste mês significa também a proximidade com um evento de grande importância para nós e todos os que participam: a Reatech. É uma feira anual de soluções em reabilitação e acessibilidade que reúne pessoas com deficiência, expositores, palestrantes, familiares, enfim… Pessoas que procuram ver a sociedade de maneira mais integrada. E estaremos lá pela terceira vez consecutiva. Na feira acontecem também eventos paralelos como, por exemplo, show de talentos, test-drive de carros adaptados, música ao vivo e muitas palestras e cursos com temas relacionados. É um momento marcante do ano. A lista de palestras e cursos, aliás, está bem interessante, e este ano boa parte está ligada ao esporte acessível: aulas de goalball; bocha; atletismo; nutrição para o esportista; arbitragem de basquetebol em cadeira de rodas, entre várias outras.  Todas dentre as 25 modalidades participantes dos jogos paralímpicos de Londres. A semente das Paralímpíadas foi plantada em 1948, no mesmo país onde acontecerá esta 14a edição do evento. O neurologista alemão que vivia na Inglaterra, Ludwig Gutmmann, criou uma competição esportiva para dar motivação a veteranos da Segunda Guerra Mundial que tiveram lesão na medula espinhal. Outros atletas, nações e esportes foram se juntando a eles e a primeira edição dos Jogos Paralímpicos aconteceu em Roma, em 1960. O Brasil estreou em 72, na Alemanha, e nossa primeira medalha chegou já na edição seguinte, nos jogos de Toronto-76. Robson Almeida e Luiz Carlos Costa levaram a prata no Iawn Bowls, um tipo de bocha que é jogada na grama. Hoje temos pouco mais de 160 medalhas. Será que em Londres alcançamos as 200? A torcida será grande! Mas vamos saber só mais pra frente: de 29 de agosto a 9 de setembro, depois dos Jogos Olímpicos. E nós, que não somos atletas profissionais, além de torcer para nossos compatriotas que estarão em Londres, vamos nos preparar para a maratona da Reatech: quatro dias inteiros de troca de ideias e informações! E mais uma oportunidade de dar continuidade ao nosso processo de crescimento e aprendizado.  Se estiver por lá, visite-nos! Teremos muitas novidades e produtos tradicionais a serviço da Inclusão. Rua 600, Estande 612 Até! Equipe Civiam

Fundação Dorina apresenta campanha na Reatech 2012 Na Feira Internacional de Tecnologias em Reabilitação, Inclusão e Acessibilidade (Reatech) que acontecerá de 12 a 15 de abril, em São Paulo, a Fundação Dorina Nowill para Cegos lancará a campanha “Veja a vida com outros olhos”, com atividades sensoriais que estimulem os 5 sentidos. Quem comparecer ao estande da Fundação Dorina terá a oportunidade de conhecer os cursos de Informática e de Avaliação Olfativa, este que capacita jovens cegos e com baixa visão para atuar na indústria de perfumaria. O projeto é inovador e pioneiro no Brasil, pois pretende incrementar a inclusão de pessoas com deficiência visual nessa área específica. Outro destaque será a apresentação de uma coleção de 10 livros infantis acessíveis, impressos em braille e letras ampliadas. Os títulos possuem imagens divertidas em relevo, para possibilitar que crianças cegas e com baixa visão leiam o livro em companhia da família e dos colegas de aula, proporcionando uma leitura interessante e prazerosa, com recursos de acessibilidade importantes para a compreensão de pessoas com e sem deficiência visual. Quem comparecer ao estande da Fundação Dorina terá ainda a oportunidade de conhecer e tocar os relevos dos livros em braille, ouvir livros e revistas falados e interagir com os livros digitais acessíveis no formato Daisy. Postado:23/03/2012 Capa revista Incluir

Terraço Itália recebe chá beneficente em prol da Fundação Dorina Nowill para Cegos O Terraço Itália recebe no próximo dia 26 de março, das 15h30 as 17h30, um chá beneficente em prol da Fundação Dorina Nowill para Cegos. O evento oferecido pelo Grupo Comollati terá toda a renda revertida para as ações da instituição. Serviço Chá beneficente em prol da Fundação Dorina 26 de março | segunda-feira Preço: R$70 Vendas: Voluntariado da Fundação Dorina Contato: (11) 5087-0969 Local: Ipiranga, 344, 41 andar – São Paulo Manobrista no local

quinta-feira, 22 de março de 2012

Entrevista: Alfabetização de alunos usuários do Sistema Braille.  Leonardo Raja Gabaglia. Elizabet Dias de Sá é psicóloga e educadora. Gerencia a Coordenação do Centro de Apoio Pedagógico às Pessoas com Deficiência Visual de Belo Horizonte (CAP-BH). É também coordenadora de conteúdo na área da deficiência visual do Curso de Formação Continuada de Professores na modalidade à distância, promovido pelo MEC/SEESP em parceria com a Universidade Federal do Ceará (UFC). Maria da Conceição Dias Magalhães é pedagoga, especialista em Alfabetização e em Educação Infantil. É professora de atendimento educacional especializado da rede municipal de Belo Horizonte. 1) O que representa para a pessoa cega a leitura e escrita braille? citação Elizabet: O Sistema Braille possibilita o contato direto com a grafia, o que é muito importante para a compreensão e o emprego das letras, das palavras, do sistema de pontuação e de acentos, especialmente no caso das pessoas que nasceram cegas. Para estas pessoas, o Sistema Braille representa uma emancipação, uma porta de entrada no mundo da leitura e da escrita de forma autônoma. Por outro lado, o braille é uma modalidade de leitura e escrita alternativa ou complementar restrita a um universo particular de leitores. Quem perdeu a visão na juventude ou na idade adulta e tem um nível médio ou superior de escolarização recorre aos meios informáticos para ter acesso à leitura e à escrita uma vez que a produção braille é escassa e limitada. Conceição: Vivemos imersos em uma cultura letrada, em um mundo grafocêntrico, no qual, ler e escrever é fundamental para todos. O Sistema Braille permite que pessoas cegas façam parte desta cultura.  Em questões práticas e pessoais, a escrita em braille representa a possibilidade de estas pessoas serem mais autônomas em casa ou no trabalho. Com este aprendizado, podem utilizar dos benefícios da língua escrita na comunicação, na busca de informação, como auxílio à memória, na diversão e organização (etiquetagem ou arquivamentos de seu material). Em relação à leitura, o braille é o único caminho que permite a interação leitor/texto, pois via tato a mensagem passa direto do texto para o leitor. Um fato real é que o aprendizado do braille não torna o leitor cego totalmente independente, pois grande parte do material escrito que circula na sociedade (documentos, determinadas propagandas, catálogos informativos etc) não são transcritos para o Sistema Braille. fim de citação 2) Quais os domínios fundamentais ou requisitos devem possuir as crianças cegas para o sucesso na alfabetização? citação Elizabet: As crianças cegas devem ser estimuladas desde cedo no que diz respeito à exploração do sistema háptico (o tato ativo ou em movimento) através de atividades lúdicas, do brinquedo e de brincadeiras. Elas devem desenvolver um conjunto de habilidades táteis e de conceitos básicos que tem a ver com o corpo em movimento, com orientação espacial, coordenação motora, sentido de direção etc. Tudo isto é importante para qualquer criança. O diferencial no caso da criança cega é o de desenvolver estratégias de aprendizagem a partir de um referencial perceptivo não visual, que contempla os sentidos remanescentes. Para isto, é fundamental entender que a percepção tátil é diferente da percepção visual. Um objeto é percebido parcialmente pelo tato que analisa os fragmentos para formar o todo, enquanto a visão é global, instantânea e sintética. Uma pessoa que enxerga é capaz de vislumbrar uma página inteira de um livro e realizar uma leitura dinâmica. A partir da visão global, pode-se explorar visualmente as partes, os detalhes e as minúcias. No caso do tato, a percepção faz o caminho inverso, isto é, das partes (letras, sílabas e palavras) para o todo. O trabalho de alfabetização de crianças cegas será mais fácil e bem sucedido se estas características e suas implicações pedagógicas forem bem compreendidas e assimiladas pelos educadores. O papel da família e de outros mediadores é igualmente importante neste processo. Conceição: O sucesso da alfabetização está ligado aos benefícios que a criança percebe deste aprendizado, ou da valorização (incentivos e retornos positivos), que as pessoas de seu entorno irão dar a cada avanço apresentado por ela, no decorrer do aprendizado. Para a realização da escrita ou leitura em braille, é necessário que a criança conheça convenções, assimile conceitos gerais e específicos, desenvolva habilidades e destreza táteis. As letras, em braille, são combinações de seis pontos em duas colunas, o que envolve conceitos numéricos e orientação espacial. Estas noções são muito importantes para a percepção e reprodução das semelhanças e diferenças das combinações dos pontos que representam as letras. O tato, a destreza tátil e a coordenação bi manual precisam estar bem desenvolvidos, pois tanto a técnica da leitura quanto a escrita das letras dependem de movimentos sincronizados das mãos e da percepção tátil de diferenças, bem sutis. A escrita em relevo, realizada com a reglete, possui convenções que diferem das convenções da escrita em tinta ou mesmo da escrita em relevo realizada por meio da máquina de escrever em braille. No caso da reglete, a escrita é feita em sentido contrário, isto é, escreve-se da direita para a esquerda de um lado da folha de papel, enquanto se lê da esquerda para a direita no verso da folha. Já na máquina, a escrita em braille obedece às mesmas convenções da escrita em tinta, pois a escrita e a leitura são realizadas no mesmo sentido e do mesmo lado da folha de papel. Alfabetizar é um processo bem mais amplo do que a decifração e a cópia de letras. É importante considerar que só nos apropriamos de um conhecimento quando sentimos necessidade ou prazer em utilizá-lo. Neste sentido, é fundamental a criança cega ter acesso, desde bem pequena, a materiais escritos e principalmente presenciar a ação do "escrever e ler" sendo praticada. fim de citação 3) Estudiosos conferem valor significativo à consciência sobre a escrita, trazida pela criança à escola, para o sucesso da alfabetização. Como percebe esta situação na prática, com o comprometimento da interação da criança cega com os momentos de escrita dos pais, pela impossibilidade de observação dos materiais escritos disponíveis no dia-a-dia do lar e da rua e a perda da redundância dos apelos escritos das propagandas televisivas com áudios e imagens que são fatores citados como formadores desta consciência? citação Conceição: Em minha prática como alfabetizadora de crianças que enxergam, percebi que muitos de meus alunos não davam atenção, não viam significado útil para eles, ou viam com resistência aqueles "riscos coloridos" impressos nos jornais ou papéis que a família juntava para vender, nas caixas de papelão que lhes serviam de mesa ou cama, nas embalagens dos alimentos ou nos letreiros espalhados pelas ruas onde brincavam. Suas experiências familiares transmitiam-lhes que ler e escrever eram "coisa de escola". Aprendi com estes alunos que não bastava apenas ver, mas, era preciso atribuir sentido ao que viam e, muitas vezes, "desconstruir significados", considerando-se as influências, cobranças ou o desinteresse incutido pelas famílias ou pelas suas vivências de rua. Apesar do desinteresse inicial, meus alunos foram alfabetizados e gostavam de ler porque tinham habilidades a serem exploradas, interesses, desejos e conhecimentos a serem compartilhados. Estes alunos enxergavam as letras e os símbolos, porém, não entendiam o seu significado, pois as crianças precisam saber ver e saber descrever o que vêem. Neste sentido, a situação das crianças cegas é semelhante a destes alunos. Elas necessitam de mediadores para saber sobre o que está ao redor delas, para aprender a ver com os sentidos remanescentes e atribuir valores e significados ao que descobrem ou aprendem. Em ambas as situações, o papel do professor é o mesmo. Cabe a ele ensinar a todos, considerando cada sujeito. Analisadas as necessidades e potencialidades do grupo de alunos, o professor deve articular e planejar seu trabalho, com as trocas possíveis, os materiais necessários e as estratégias mais adequadas, o que requer observação, avaliação contínua e estudos constantes. Elizabet: Desde o berço, as crianças estão imersas em um universo eminentemente visual, permeado por letras, números, símbolos e outros apelos visuais. É inegável que os apelos gráficos e imagéticos são cada vez mais valorizados e explorados dentro e fora da escola. Os conteúdos e as atividades escolares estão inscritos em um universo centrado na visualização. Portanto, as crianças cegas ficam em desvantagem uma vez que não têm capacidade de visualização, o que compromete a imitação e representa uma restrição muito significativa. Elas necessitam mais do que as outras crianças da mediação através do contato físico e da fala do outro. Neste contexto, o código braille deveria fazer parte do universo da criança em diversas situações do cotidiano, mesmo que ela ainda não saiba decifrar este código. Mas, ela poderá entrar em contato com os pontos em relevo representados em diferentes situações em casa e na escola. O código braille pode entrar na sala de aula para identificar objetos, brinquedos, nomes, na composição de crachás, na exposição de rótulos, na identificação de portas, do mobiliário e de outros espaços ou situações. Daí, a importância de possibilitar a estas crianças condições adequadas para que elas tenham acesso aos conteúdos escolares e oportunidade de desenvolver habilidades básicas que têm a ver com a estimulação e a exploração dos outros sentidos. Por isto, estas crianças têm o direito a uma formação escolar complementar que se dará por meio do atendimento educacional especializado. fim de citação 4) Qualquer método de alfabetização pode ser aplicado à criança cega? citação Elizabet: A escolha de um método é muito importante e poderá favorecer mais ou menos o processo de alfabetização. Contudo, o método por si só não é garantia de que os objetivos da aprendizagem sejam alcançados. Muitos educadores baseiam-se nas peculiaridades da escrita em relevo, da leitura tátil e das características do tato para defender o método de alfabetização fundado na combinação fonema-grafema e descartam outras possibilidades. Sem contar que muita gente pensa que o Sistema Braille é um método de alfabetização. O processo de alfabetização e letramento é amplo e complexo indo muito além deste ou daquele método. Trata-se de compreender os esquemas de pensamento da criança e o sistema de representação alfabética. Para se alfabetizar uma criança cega é necessário bem mais do que ter um bom domínio do Sistema Braille. É preciso saber como se dá o processo de construção do conhecimento por meio da experiência não visual e criar condições adequadas de acesso aos conteúdos escolares dentro e fora da sala de aula. Conceição: A criança cega aprende tanto pelo método sintético (da unidade para o todo), quanto pelo método analítico (do todo para unidade). O que vai influenciar ou determinar o trabalho é o acompanhamento do processo. O importante é a criança perceber e entender a língua escrita, suas regras e suas convenções, saber sua função, ter interesse e desejo de aprender. Qualquer método precisa levar em conta o sujeito que aprende e considerar as hipóteses que ele faz sobre o objeto do conhecimento. Deve levá-lo a refletir, analisar e reformular suas hipóteses, para que ele avance passo a passo na construção de seus conhecimentos. É necessário perceber o que a criança já sabe e ajudá-la a adquirir novos conhecimentos. A melhor forma de se alfabetizar as crianças cegas é ensinar utilizando textos reais, ou seja, lendo e escrevendo com e para elas. Isso é válido para todos que enxergam ou não. A escrita precisa fazer parte da vida, ter um destinatário, um conteúdo, um motivo. A desvantagem para as crianças cegas é o fato de que o braille não é a escrita que circula, uma escrita cada vez mais rica em apelos visuais. Outro fato relevante é que o destinatário da escrita produzida por uma pessoa cega, geralmente, não é para outra pessoa cega e sim para pessoas que enxergam. Assim um diferencial no ensino, ou na alfabetização das crianças cegas é que elas precisam, além da codificação e decodificação em braille, aprender a utilizar a escrita, saber ouvir, conduzir a leitura de outro e produzir textos, com estéticas e normas visuais. Alfabetizar, como para todos, é bem mais que codificar e decodificar. fim de citação 5) São comuns depoimentos de pessoas cegas (ou de seus responsáveis), que avançaram as séries, em escolas regulares, sem nunca serem alfabetizadas ou descobriram que adquiriram uma escrita (Braille) extremamente equivocada. Este fato é presente nas observações do CAP-BH? citação Conceição: Eu e mais quatro irmãos somos cegos e tivemos experiências e trajetórias diferentes. Fomos alfabetizados e sempre estudamos em escolas regulares, sem enxergar o que era passado no quadro e com muita dificuldade para enxergar as letras dos livros porque tínhamos baixa visão. Conheço outros cegos que também passaram por escolas regulares e estão no mundo do trabalho dando suas contribuições bem positivas. A partir de minha experiência como professora em escola regular  e dos resultados de avaliações realizadas em escolas públicas e privadas, posso afirmar que a quantidade de alunos que "passa de ano" sem aprender e que se formam com déficits consideráveis em sua formação é uma realidade nacional. Já trabalhei com alunos do ensino fundamental, cuja faixa etária era de 12 a 16 anos. Estes alunos enxergavam e não apresentavam nenhum tipo de deficiência. Entretanto, liam e escreviam com muito mais dificuldade do que os meus  alunos de seis anos,  que haviam concluído a educação infantil no ano anterior. Atualmente, faço parte da equipe do CAP BH como professora do atendimento Educacional Especializado. Neste trabalho, faço o acompanhamento do processo de alfabetização de três alunos cegos congênitos de escolas regulares da rede Municipal de ensino. Ao ensinar o braille e analisar a produção destes alunos no processo de apropriação deste sistema, percebo os avanços e as dificuldades. Analiso a natureza das dificuldades e, a partir desta análise, planejo as intervenções que julgo serem mais adequadas. Considero que o processo tem dado resultados bem positivos, uma vez que estes alunos demonstram interesse e apresentam desempenho satisfatório no processo de aquisição da leitura e escrita braille. Elizabet: A presença de alunos cegos nas Unidades Municipais de Educação Infantil (UMEIS) e nos primeiros ciclos do ensino fundamental tem sido mais frequente nos últimos anos. A maioria dos alunos cegos da rede municipal de ensino de Belo Horizonte cursou os primeiros anos escolares em uma escola especial na qual aprenderam o Braille, assim como a maioria dos jovens e adultos cegos usuários do CAP-BH. Observamos, no CAP-BH, entre os usuários do Sistema Braille, um desempenho sofrível no que se refere à ortografia e à escrita em geral. Muitos deles não gostam de ler e nem de escrever. Infelizmente, este é um fenômeno observável entre os escolares em todo o território nacional. Portanto, o problema é complexo e merece um estudo mais aprofundado. Vale ressaltar a experiência de uma aluna cega congênita que foi alfabetizada em uma escola da rede municipal de ensino de Belo Horizonte. Esta aluna aprendeu o braille com uma professora de Sala de Recursos e a escola teve o apoio do CAP-BH na produção e adaptação de livros didáticos e de literatura infantil. Ela apresentava um excelente desempenho escolar, juntamente com seis colegas que mais se destacavam no processo de alfabetização em uma turma de 25 alunos. Outro aluno de uma escola de ensino fundamental perdeu a visão e continuou na mesma escola com o apoio de uma professora de Sala de Recursos com quem ele aprendeu o braille. Esta professora ministrou um curso de braille para os professores deste aluno. Posteriormente, ele aprendeu a usar o computador na Escola de Informática do CAP-BH e concluiu com êxito o ensino médio. Atualmente, temos um aluno, cego congênito, de oito anos, que se tornou um leitor voraz de livros em braille. Ele reconhece todos os sinais braille e apresenta uma leitura mais fluente do que a de outros alunos da mesma idade. Este aluno faz parte do atendimento educacional especializado do CAP-BH. fim de citação 6) Quais são as principais intervenções do CAP-BH? citação Conceição: Recebo orientações do CAP-BH e repasso as informações sobre o desenvolvimento de meu trabalho. Juntos, discutimos e avaliamos o processo de cada aluno. Analisamos o contexto da escola, da família, as condições materiais, as estratégias e planejamos o trabalho. A equipe do CAP-BH também realiza o trabalho de orientação às professoras, de produção braille e adaptação de material pedagógico para o desenvolvimento das atividades com os alunos. Elizabet: A atuação do CAP-BH é muito ampla. O nosso trabalho consiste em coordenar as ações na área da deficiência visual no âmbito da rede municipal de educação. Realizamos o cadastro de alunos cegos e com baixa visão, a produção e ampliação ou adaptação de material pedagógico, a orientação aos professores e às famílias, além de desenvolver atividades de formação. Oferecemos um curso de informática para pessoas cegas e com baixa visão. Somos responsáveis pela produção braille de folders e outros conteúdos impressos para eventos, museus e outros setores da prefeitura de Belo Horizonte. Recentemente, realizamos a transcrição para o braille da "Provinha Brasil", tendo em vista atender uma aluna cega de uma escola municipal. A "provinha" foi aplicada com orientação de uma das professoras do CAP-BH.

terça-feira, 20 de março de 2012

Audiodescrição e Legendagem Open Caption Todas as sessões do Festival no CineSESC terão audiodescrição e legendas open caption. Ambos os recursos incluem deficientes visuais e auditivos na fascinante experiência do cinema. A audiodescrição consiste na descrição de todas as informações que compreendemos visualmente e que não estão contidas nos diálogos, como as expressões faciais e corporais, informações sobre o ambiente, figurinos, efeitos especiais, mudanças de tempo e espaço, além da leitura de créditos, títulos e qualquer informação escrita na tela. Ela é feita ao vivo por atores e acontece nos espaços entre os diálogos e nas pausas sonoras do filme. Somente os espectadores que recebem fones especiais escutam a audiodescrição, geralmente deficientes visuais ou com visão diminuída. Já a legenda open caption é vista por todos os espectadores, consiste numa legenda a mais no filme, descrevendo os sons além dos diálogos. Os deficientes auditivos se utilizam deste recurso. O Circuito A circulação do Festival SESC Melhores Filmes teve início em 2009 e se amplia neste ano para 16 cidades, além de São Paulo, que são: Araraquara, Ilha Solteira, Campinas, Catanduva, Osasco, Piracicaba, Ribeirão Preto, Santo André, Santos, São Caetano, Diadema, São Carlos, São José do Rio Preto, São José dos Campos, Sorocaba e Taubaté. Nestas cidades as exibições ocorrem simultaneamente com as da capital. Mais informações sobre o Circuito em www.sescsp.org.br Serviço: Festival SESC Melhores Filmes 2012 Exibição dos filmes vencedores pela votação de crítica e público De 4 a 26 de abril de 2012 CineSesc Rua Augusta, 2075 Tel: 11 3087-0500 sescsp.org.br Ingressos: R$ 4,00 (público em geral); R$ 2,00 (usuários com cartão de matrícula Sesc, estudantes, terceira idade, professores da rede pública) e grátis (comerciários e dependentes). Passaporte para 15 filmes: R$ 40,00 (público em geral) e R$ 20,00 (usuários com cartão de matrícula SESC, estudantes, terceira idade, professores da rede pública).

Festival SESC Melhores 2012: crianças terão 4 filmes com audiodescrição e legendas Cineclubinho marca presença no festival Melhores 2012 Festival SESC Melhores 2012 O Cineclubinho marca presença no Festival SESC Melhores Filmes. A criançada tem diversão garantida com programação especial, formada pelos melhores títulos infantis lançados no ano passado. Todas as sessões terão audiodescrição e legendas para as crianças com deficiência visual ou auditiva.  As apresentações são gratuitas e sempre aos domingos, às 11h. E contam ainda com performances artísticas antes de cada sessão. Depois das exibições dos filmes, os espectadores mirins poderão participar do "Ateliê Teatro e A Peste", com a Cia.Urbana de Teatro. Os ingressos podem ser retirados com uma hora de antecedência. Confira a programação: 8/04 - Rio Rio - cartaz do filme Direção: Carlos Saldanha. Sinopse: Blu é uma arara azul que nasceu no Rio de Janeiro mas, capturada na floresta, foi parar na fria Minnesota, nos Estados Unidos. Lá é criada por Linda, com quem tem um forte laço afetivo. Um dia, Túlio entra na vida de ambos. O ornitólogo diz que Blu é o último macho da espécie e deseja que ele acasale com a única fêmea viva, que está no Rio de Janeiro. Então, Linda e Blu partem para a cidade maravilhosa. 15/04- Muppets - O Filme. (The Muppets) The Muppets - cartaz do filme Direção: James Bobin. Sinopse: alter (Peter Linz) é o maior fã dos Muppets e viaja a Los Angeles ao lado dos amigos Gary (Jason Segal) e Mary (Amy Adams). O trio descobre que Tex Richman (Chris Cooper) deseja destruir o Muppet Theatre, para explorar o petróleo recém descoberto no local. Para salvar o local, o trio ajuda Caco a reunir mais uma vez os Muppets, para que todos realizem um grande programa de TV que possibilite a arrecadação de US$ 10 milhões. 22/4 - O Rei Leão 3D. (The Lion King) O Rei Leão - cartaz do filme Direção: Roger Allers e Rob Minkoff. Sinopse: Um dos filmes infantis mais famosos da Disney é lançado novamente após 17 anos. O Rei Leão chega às telonas em versão 3D. A trama que envolve Simba, Mufasa, Nala, Timão e Pumba continua a mesma. Assim, a história do travesso filhote de leão que quer ser rei, e já comoveu e divertiu milhões de pessoas em todo o mundo, promete emocionar. Em 1994, ano de seu primeiro lançamento, o filme foi premiado com o Oscar de Melhor Trilha Sonora Original e Melhor Canção Original. 29/4 - Um Gato em Paris. (Une Vie de Chat) Um Gato Em Paris - cartaz do filme Direção: Jean-Loup Felicioli, Alain Gagnol. Sinopse: O gato Dino leva uma vida dupla. Durante o dia ele mora com Zoé, a filha de uma delegada de polícia. E a noite ele escala os tetos de Paris na companhia de Nico, um ladrão de grande habilidade. Fonte: Portal SESC-SP

sexta-feira, 16 de março de 2012

Inscrições para prêmio nacional de acessibilidade na web até 31 de março As inscrições para o “Todos@Web – Prêmio Nacional de Acessibilidade na Web” terminam em 31 de março . O objetivo do prêmio é promover nacionalmente a acessibilidade na web, de forma a conscientizar desenvolvedores e homenagear pessoas / empresas e ações em prol do acesso de pessoas com deficiências na web. São três categorias principais e três sub-categorias que abrangem diversas ações sobre acessibilidade, que premiarão as melhores ações. A participação é muito mais do que um prêmio. É o reconhecimento público do trabalho em pról da acessibilidade na web O prêmio Todos@web é uma iniciativa do W3C Escritório Brasil, por determinação do Comitê Gestor da Internet, em parceria com a Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento e a ABRADI – Associação Brasileira das Agências Digitais e Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência – São Paulo. A premiação será em dinheiro para os três mais bem colocados de cada categoria, participação do no evento internacional W4A – Web for All, durante a conferência WWW2013 (para o primeiro colocado em cada categoria), troféu, participação na solenidade e exposição dos trabalhos em publicação do W3C.br. As inscrições estão abertas entre 1 de dezembro de 2011 até 31 de março de 2012. Participe e inscreva seu projeto ou ação. Informações e Inscrições: http://premio.w3c.br/index.htm

terça-feira, 13 de março de 2012

Lançamento de selo comemora aniversário da Fundação Dorina Share3 Fundada em 11 de março de  1946,  a Fundação Dorina comemora seus 66 anos sendo uma instituição reconhecida pela qualidade de seus livros braille, falados e digitais acessíveis, bem como pelos seus programas de reabilitação para pessoas cegas e com baixa visão. No dia 13 de março, a Fundação Dorina Nowill para Cegos e os Correios lançam dois selos em homenagem a Dorina de Gouvêa Nowill e a instituição criada por ela. Os selos marcam os 66 anos de trabalho da instituição em prol da inclusão das pessoas com deficiência visual, por meio da reabilitação, e do acesso à educação e à cultura. A homenageada Dorina Nowill, cega aos 17 anos enxergava o mundo com os olhos da alma. Percebendo, naquela época, a carência de livros em braille no Brasil, criou em 1946, com a participação de outras normalistas, a Fundação para o Livro do Cego no Brasil, que mais tarde recebeu seu nome em reconhecimento por uma vida inteira dedicada à inclusão dos deficientes visuais. Serviço: Tiragem: 100 mil blocos. Valor de cada selo: R$ 2,80. Os selos podem ser adquiridos pela loja virtual dos Correios (www.correios.com.br/correiosonline Site externo. ), pela Agência de Vendas a Distância (centralvendas@correios.com.br ) ou nas agências dos Correios.

terça-feira, 6 de março de 2012

Museu TAM: diversão e acessibilidade para todos Museu TAM Descrição da foto: angar mostrando um bimotor a hélice em primeiro plano e vários outros aviões ao fundo. Boa parte do acervo do Museu TAM, localizado em São Carlos, a 237 quilômetros de São Paulo, foi voando para a reinauguração do local. Não se trata de força de expressão. Das 72 aeronaves em exibição, 31 chegaram pelos ares ao galpão de 20.000 metros quadrados, vizinho ao Centro Tecnológico onde a companhia aérea realiza a manutenção de sua frota. "Transportar essas preciosidades exige muita responsabilidade", afirma o presidente do museu, João Francisco Amaro.  A instituição também possui agora os chamados audioguias, equipamentos que narram a visita ao museu, em quatro idiomas (português, inglês, espanhol e francês), que também servem deficientes visuais, além de videoguias para deficientes auditivos. Quem possui deficiência visual, também é permitido tocar as aeronaves. O local também possui rampas e elevadores para dar acesso à pessoas com deficiência física. Um dos fundadores da TAM ao lado do irmão, o comandante Rolim Amaro (1942-2001), ele mesmo conduziu a maioria dessas relíquias até lá. "Vim da Argentina com um caça alemão Focke-Wulf FW-44J". Alguns percorreram distâncias maiores, como o Douglas DC-3, usado na II Guerra, que veio dos Estados Unidos. A réplica do De moiselle, de Santos Dumont, e o caça inglês Supermarine Spitfire são outras raridades. "Nosso RWD-13, que já pilotei, é o único exemplar do mundo em condições de voar", garante o empresário, referindo-se a um modelo polonês de 1938. Concebida pelos irmãos Amaro em 1996, a coleção do museu começou com dois Cessna (um 195 e um espécie de finger que dá acesso a um túnel repleto de painéis sobre a história da aviação mundial - dos primeiros balões aos ônibus espaciais. Ao fim da jornada, avistam-se os mais de setenta modelos, organizados no pátio em ordem cronológica. Uma das principais atrações é o hidroavião Jahú, que cruzou o Atlântico em 1927, pilotado pelo paulista João Ribeiro de Barros. Há ainda o Cessna 140 repleto de assinaturas na fuselagem - uma delas do presidente Getúlio Vargas. Nos anos 50, transportou a paulistana Ada Rogato em sua travessia solitária pelas três Américas. Os apaixonados por aviação militar encontram um cardápio farto. Uma das estrelas é o alemão Messerschmitt Bf 109, conhecido como Me 109, que custou mais de 1 milhão de dólares. Três MiGs modelos 15, 17 e 21 e nove exemplares da Força Aérea Brasileira, a principal doadora, completam o acervo. Entre os destaques da FAB está o P-47, usado na campanha brasileira na Itália. Na frota de aeronaves civis, é possível apreciar o Lockheed Constellation, que carregava passageiros nos anos 40 e abrigou um restaurante no Paraguai décadas mais tarde. Transportado para cá em seis carretas, foi remontado dentro do pátio do museu. A restauração da maioria dos itens é feita por engenheiros da própria empresa. No momento, eles trabalham em vinte modelos, que ficam numa reserva técnica, aguardando sua vez de entrar em cena. "É diversão para mais dez anos", afirma Amaro. Assista o documentário do TELELIBRAS, produzido pela ONG Vez da Voz , com apresentação de Sara Bentes e audiodescrição de Bel Machado. Tenho certeza de que, assim como eu, você também ficará morrendo de vontade de conhecer! Ative o vídeo no plug-in, ou assista clicando neste link acessível para usuários de programas leitores de telas. Flash movie start URL http://www.youtube.com/watch?v=8LFhBHKvge4feature=player_embedded 4 6   9 Embed Play/Pause 15 Volume/Mute 17 18 0:00 / 0:00 21 Seek Slider Bar 23 Flash movie end Museu TAM. Rodovia SP 318, km 249,5, São Carlos, tel.: (16) 3306-2020. Quarta a domingo, 10h às 16h (a bilheteria fecha uma hora antes). R$ 25,00. Grátis para crianças de até 6 anos e pessoas com mais de 60. Estacionamento grátis. Site: www.museutam.com.br. Fonte: KERIS

quinta-feira, 1 de março de 2012

Telespectador poderá marcar consulta no SUS pela TV digital. Inclusive os telespectadores com deficiência? Nota do Blog: Sem a observância de critérios rígidos de acessibilidade, as pessoas com deficiência não terão acesso às aplicações interativas da TV digital. É imperativo que o governo estabeleça esses critérios com urgência! Governo prepara para março primeira leva de conteúdo interativo, a ser veiculado na EBC.  O governo está concluindo a primeira leva oficial de conteúdo interativo para o modelo brasileiro de TV digital. O CPQD (Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações) prepara para março a oferta dos aplicativos, com os resultados de teste-piloto feito em localidades do Estado de São Paulo. Será um primeiro passo do governo no campo da programação interativa para TV, um dos pontos fracos do processo de implantação da tecnologia no país. Os programas serão inicialmente veiculados na EBC (Empresa Brasil de Comunicação), o canal do governo, mas serão abertos e disponíveis para qualquer emissora. Alguns desses aplicativos terão viés social, como um que permite a marcação de consulta médica no SUS. Outro fornecerá uma lista de vagas de emprego, permitindo ao interessado fazer consultas por cidade e área. Um dos propósitos dessa leva de conteúdo é criar e mostrar os parâmetros de programação tanto para os canais públicos como para os comerciais. O governo, a princípio, não pretende adotar uma regulação obrigando essas emissoras a ter projetos de desenvolvimento de aplicativos. Há a expectativa de que, com a portaria que obriga a indústria a incluir a tecnologia da interatividade nas TVs e o consequente aumento do parque de televisores com o recurso, as próprias emissoras terão a iniciativa de produzir o conteúdo interativo. Depois de anos de negociações com a indústria, o governo fechou, na semana passada, a portaria que obriga a presença do software de interatividade, o Ginga, em 75% das TVs fabricadas no país a partir de 2013. Além do Ginga, o CPQD desenvolve o sistema informatizado a ser usado por prefeituras, serviços de emprego, emissoras e demais responsáveis no projeto. Não há data certa para o início de alguns serviços na TV digital, como agendamento de consulta médica, pois a programação interativa depende da organização das prefeituras e das outras entidades envolvidas. Os primeiros programas interativos no ar deverão ser de notícias, previsão do tempo e jogos. SOFIA FERNANDES DE BRASÍLIA Fonte: Clipping da Abert