quarta-feira, 23 de maio de 2012

Inclusão e acessibilidade no Dia Internacional de Museus Museu Imperial de Petrópolis Especialistas de Petrópolis, Rio de Janeiro e São Paulo se reuniram no último dia 18 de maio, Dia Internacional de Museus, para debater um importante tema: "O desafio da acessibilidade em museus". O encontro aconteceu no Cine Teatro Museu Imperial e contou com a museóloga Viviane Sarraf, a psicóloga Mariana Fiore, a escritora Cláudia Cotes e o presidente do Conselho Municipal de Defesa da Pessoa Portadora de Deficiência, Rodrigo Dias, que também tem um filho com deficiência visual. Mesa do seminário Ao longo do debate, eles falaram sobre a importância da adaptação de museus e centros culturais para receber pessoas portadoras de deficiência. "É importante dizer que, em primeiro lugar, todos são pessoas; são crianças, jovens, adultos e idosos. Depois vem o fato de terem algum tipo de deficiência. Por isso, como todas as pessoas, têm direito ao acesso à cultura. As exposições, bibliotecas, arquivos e todos os espaços dessas instituições devem estar ao alcance de todos", lembrou Viviane Sarraf. Segundo a museóloga, é preciso não só adaptar os espaços arquitetonicamente, mas haver toda uma política de inclusão. "É necessário haver uma comunicação inclusiva, com materiais impressos em padrões universais de acessibilidade, filmes com legendas, educadores e funcionários com nível intermediário de LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais), publicações em Braille, audioguia, vídeo-guia em LIBRAS etc. A comunicação e a mediação sensoriais são livres de barreiras culturais, linguísticas e cognitivas". Cláudia Cotes também lembrou a importância da comunicação acessível a todos e falou da experiência em sua organização não-governamental. "Realizamos vídeos educativos que possuem todas as formas possíveis de comunicação: áudio, legenda, LIBRAS e audiodescrição". Além disso, a escritora possui livros publicados em Braille, um dos quais, a obra infantil "Dudu da Breka", havia sido lançada momentos antes no Museu Imperial. Mariana Fiore, por sua vez, levantou a questão da parceria entre o museu e a escola no acesso a crianças com deficiência. Segundo ela, a escola não pode esperar que apenas o museu seja responsável. "O professor deve ser agente dessa experiência, planejando anteriormente a ida ao museu e atividades que possam despertar a curiosidade e o contato do grupo com as diferentes manifestações a que terão acesso". Rodrigo Dias ressaltou que é preciso despertar a vontade política para a realização de ações de inclusão. "Hoje, temos muitas ferramentas disponíveis, colegas realizando pesquisas e recursos públicos e privados destinados a essa área. O problema hoje é gestão, comprometimento e mudança de mentalidade; precisamos nos abrir para o novo". A partir da experiência com seu filho, ele também destacou a necessidade de incluir os próprios deficientes nos debates sobre acessibilidade. "Não adianta tentar criar ações sem ouvir as pessoas para as quais essas ações são voltadas", disse. Fonte: Museu Imperial

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