sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
será que as bengalas vao parar de funcionar?olá amigos que tudo esteja bem com vocês, e que deus possa abitar em cada lar desse nosso planeta. Depois de ter perdido a visão num acidente de carro, o funcionário público Telésforo Nogueira teve que fazer curso de um ano para aprender a andar de bengala. "À medida em que eu bato a bengala de um lado, eu ponho o pé do outro", comenta Nogueira. Nesta semana, pela primeira vez, em 29 anos, ele caminhou na rua, com as mãos livres da bengala. O funcionário público é um dos primeiros cegos a testar o aparelho, criado em um hospital filantrópico para deficientes visuais, em Belo Horizonte. A ideia é simples, mas exigiu muita pesquisa. O equipamento é cheio de sensores. E, ao detectar um obstáculo, emite sons de alerta. O aparelho é preso ao corpo e ligado a uma bateria que cabe no bolso. Por enquanto, é só um protótipo testado em voluntários. Um dos problemas revelados pelos testes é que o equipamento ainda não consegue identificar quando, diante do cego, há buracos ou degraus. "Eu não tenho confiança nele pra isso igual eu tenho na bengala", disse Nogueira. "Vai haver um sensor pra isso, apontado pro chão", disse o médico oftalmologista, Leonardo César Gontijo, que participou do desenvolvimento do aparelho. Com uma outra voluntária, Vera de Abreu, que já nasceu com deficiência visual, o aparelho funciona muito bem, apitou para obstáculos como um poste e outra pessoa que entrou no caminho repentinamente. Em uma outra tentativa, a voluntária bate em um orelhão, mas o susto foi útil. Este acidente fez com que o médico-inventor pensasse em instalar sensores também na altura dos olhos. "Já quebrei um dente no orelhão", contou a voluntária. O substituto de bengalas mineiro vai ser apresentado semana que vem no Congresso Brasileiro de Oftalmologia. O equipamento deve começar a ser vendido em um ano. "Eu imagino que deva custar o preço de um celular", disse o médico. E só quando o aparelho estiver mesmo nas ruas é que saberemos se as bengalas para cegos, um dia, vão ser coisa do passado. "A bengala avisa, mas o aparelho avisa mais rápido", disse Vera. Fonte: Fantástico
domingo, 25 de dezembro de 2011
Natal Informático Dê um CLIQUE DUPLO neste NATAL! ARRASTE JESUS para seu DIRETÓRIO PRINCIPAL, SALVE-O em todos seus ARQUIVOS PESSOAIS,. SELECIONE-O como seu DOCUMENTO MESTRE.. Que ele seja seu MODELO para FORMATAR sua vida: JUSTIFIQUE-a e ALINHE-a À DIREITA e À ESQUERDA, sem QUEBRAS na sua caminhada. Que JESUS não seja apenas um ÍCONE, um ACESSÓRIO, uma FERRAMENTA, um RODAPÉ, um PERIFÉRICO, um ARQUIVO TEMPORÁRIO, mas o CABEÇAriO, a LETRA CAPITULAR, a BARRA DE ROLAGEM de seu caminhar. Que Ele seja a FONTE de energia para sua ÁREA DE TRABALHO, o PAINTBRUSH para COLORIR seu sorriso, a CONFIGURAÇÃO de sua simpatia, a NOVA JANELA para VISUALIZAR o TAMANHO de seu amor. No seu dia-a-dia, seja Ele o PAINEL DE CONTROLE para DESFRAGMENTAR sua vida, fazer DOWNLOAD de seus sonhos e OPTIMIZAR suas realizações. DESATIVE seu egoísmo, COMPACTE suas liberdades, CANCELE seus RECUOS, e DELETE seus ERROS. COMPARTILHE seus RECURSOS, ACESSE o coração de seus amigos. e ESCANEIE para eles o que você tem de bom. Não deixe à MARGEM ninguém, ABRA as BORDAS de seu coração e REMOVA dele o VÍRUS do desamor. Antes de SAIR, coloque JESUS nos seus FAVORITOS e seu NATAL será sempre o ATALHO para sua felicidade! CLIQUE agora em OK para REINICIAR e ATUALIZAR seus CONTEÚDOS! Feliz Natal meus grandes e verdadeiros amigos.
FARMÁCIAS TERÃO LISTA DE GENÉRICOS EM BRAILE | Diário de Petrópolis Governador sanciona projeto de Bernardo Rossi Agora é lei: pessoas com deficiência visual ganharão autonomia nas farmácias. É o que garante a lei 6.121/11, publicada no Diário Oficial do Executivo desta quinta-feira (22/12). A nova regra obriga estes estabelecimentos a oferecer lista de medicamentos genéricos no Sistema Braille. “Tenho um trabalho voltado para a promoção da independência das pessoas com deficiência, e esta proposta segue neste sentido”, assinala o autor, deputado Bernardo Rossi (PMDB). Farmácias que descumprirem a norma estão sujeitas a penalidades que vão de advertência e multas ao fechamento do estabelecimento. Muitos dos projetos de Bernardo Rossi na Alerj são voltados para a plena inclusão dos portadores de necessidades especiais – população de 2,4 milhões de pessoas nos 92 municípios fluminenses. “Para que o portador de necessidade especial tenha plena cidadania é preciso que ele tenha antes autonomia para se locomover, estudar, trabalhar e desempenhar as funções do dia a dia que é possível às pessoas que não têm impedimentos físicos”, aponta o deputado. Alguns projetos são estruturais como a criação de uma secretaria específica para os portadores de necessidades especiais, mas outros são pontuais e de baixo custo, como este da lista de medicamentos em braile nas farmácias. Bernardo Rossi propôs ainda na Alerj a concessão de aluguel social para que o deficiente que reside em local de difícil acesso possa optar por outra moradia que facilite a sua condição, assim como aponta que o governo estadual auxilie financeiramente o deficiente na compra de equipamentos de audição, visão ou locomoção. Os projetos estão em trâmite na Assembleia. O deputado estadual Bernardo Rossi também está propondo, na forma da lei, que o Estado garanta a matrícula, independente de existência de vaga, na unidade escolar estadual mais próxima da residência do portador de deficiência locomotora. Também é de autoria de Bernardo Rossi o projeto de lei que torna obrigatório as escolas estaduais fornecerem aos alunos com deficiência cadeiras especiais. Hoje, 4.745 alunos especiais estão matriculados na rede estadual. jm/PmsSrv?tool=5972114creativity=38003new=Novr=Y frame
terça-feira, 20 de dezembro de 2011
cursos de ferias Cursos Julho 2001. Disseminando Conhecimentos. Fundação Dorina Nowill para Cegos.
Braille para educadores - Apoio essencial em sala de aula.
16 a 20 de janeiro de 2012 – das 8h às 12h
CARGA HORÁRIA: 20h
Objetivo: Oferecer noções básicas do Sistema braille enquanto técnica de leitura e escrita para acompanhamento e apoio do aluno com deficiência visual na
sala de aula.
Conteúdo:
1.Breve histórico do Sistema braille
2.Grafia braille
3.O Código braille na matemática – sinais básicos
4.O uso da reglete, punção e máquina de datilografia braille
5.Tecnologia e braille
Público-alvo: Professores, estudantes e profissionais de áreas afins.
Investimento: R$ 350,00
Professores:
Edni Fernandes da Silva
Pedagoga pós-graduada em Psicopedagogia, integra a equipe de Serviços Especializados da Fundação Dorina atuando no atendimento direto à pessoa com deficiência
visual e ministrando cursos de formação aos professores.
Maria Glicélia Alves
Pedagoga especializada em deficiência visual desde 1986 e em orientação e mobilidade desde 1999. Atua no setor de Serviços Especializados da Fundação Dorina
há 14 anos, no atendimento direto à pessoa com deficiência visual, ministrando cursos e prestando consultoria técnica a empresas e escolas.
Inscreva-se agora! Vagas limitadas.
A inclusão da criança com baixa visão na escola.
16 a 20 de janeiro de 2012 – das 13h às 17h
CARGA HORÁRIA: 20h
Objetivo: Proporcionar aos professores e profissionais da área, conhecimentos sobre a baixa visão e os recursos que possibilitam a inclusão da criança com
deficiência visual no sistema educacional.
Conteúdo:
1. Anatomia e fisiologia ocular
2. Funções visuais / desenvolvimento da visão
3. Conceito de baixa visão
4. Principais patologias e prevenção da deficiência visual
5. Adaptações ambientais e recursos ópticos
6. Estimulação da baixa visão na família e na escola
7. Recursos pedagógicos / adaptação e elaboração de materiais
8. Recursos tecnológicos para baixa visão
9. Aspectos psicológicos da baixa visão
10. Vivências práticas
Público-alvo: Professores, estudantes e profissionais de áreas afins.
Investimento: R$ 350,00
Professores:
Célia Maria Araújo de Amorim
Psicóloga, graduada em Educação Física, Psicomotricista, Especialista em Orientação e Mobilidade. Atua no Setor de Serviços Especializados da Fundação Dorina
há 24 anos no atendimento direto à pessoa com deficiência visual, ministrando cursos e realizando consultorias a escolas e empresas.
Maria Glicélia Alves
Pedagoga especializada em deficiência visual desde 1986 e em orientação e mobilidade desde 1999. Atua no setor de Serviços Especializados da Fundação Dorina
há 14 anos, no atendimento direto à pessoa com deficiência visual, ministrando cursos e prestando consultoria técnica a empresas e escolas.
Rita Helena da Costa Lobo
Psicóloga graduada pela PUC-SP e pós-graduada em Neuropsicologia pela Escola Paulista de Medicina - UNIFESP. Atua no setor de Serviços Especializados da
Fundação Dorina há 11 anos e ministra aulas para capacitação profissional de pessoas com deficiência visual.
Inscreva-se agora! Vagas limitadas.
Orientação e mobilidade - Seu aluno mais independente na escola.
23 e 24 de janeiro de 2012 – das 8h às 17h
CARGA HORÁRIA: 16h
Objetivo: Oferecer conhecimentos básicos sobre os aspectos técnicos da orientação e mobilidade das pessoas com deficiência visual.
Conteúdo:
1. Histórico da orientação e mobilidade
2. Conceitos básicos
3. Especificidades da deficiência visual nas diferentes faixas etárias
4. Noções básicas das técnicas específicas
5. Vivências práticas
Público-alvo: Professores, estudantes e profissionais de áreas afins.
Investimento: R$ 300,00
Professores:
Célia Maria Araújo de Amorim
Psicóloga, graduada em Educação Física, Psicomotricista, Especialista em Orientação e Mobilidade. Atua no setor de serviços especializados da Fundação Dorina
há 24 anos no atendimento direto à pessoa com deficiência visual, ministrando cursos e realizando consultorias a escolas e empresas.
Maria Glicélia Alves
Pedagoga especializada em deficiência visual desde 1986 e em orientação e mobilidade desde 1999. Atua no setor de Serviços Especializados da Fundação Dorina
há 14 anos, no atendimento direto à pessoa com deficiência visual, ministrando cursos e prestando consultoria técnica a empresas e escolas.
Inscreva-se agora! Vagas limitadas.
Coordenação dos cursos:
Eliana Cunha é ortoptista especialista em baixa visão pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, gerente de Serviços Especializados da Fundação Dorina
Nowill para Cegos e mestranda em Psicologia da Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).
Atenção:
citação
Local: Auditório da Fundação Dorina Nowill para Cegos
Rua Doutor Diogo de Faria, 558 – Vila Clementino – São Paulo – SP
Inscrições pelo site,
http://www.fundacaodorina.org.br/o-que-fazemos/cursos-e-palestras/
Informações:
cursos@fundacaodorina.org.br
- (11) 5087-0981
- Todos os participantes receberão certificado e material exclusivo do curso.
- A Fundação Dorina Nowill para Cegos se reserva o direito de cancelar o curso com até 3 dias de antecedência caso a quantidade mínima de vagas não seja
preenchida, neste caso o aluno receberá o reembolso integral do valor pago.
- Até a data do curso o aluno deverá ter efetuado o pagamento total.
- Em caso de desistência do aluno, o reembolso será de 70% do valor pago.
fim de citação
Acesse nosso novo site acessível: www.fundacaodorina.org.br
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Visite nosso blog!
A Fundação Dorina Nowill para Cegos respeita sua privacidade e espera que tenha apreciado esta mensagem.
Braille para educadores - Apoio essencial em sala de aula.
16 a 20 de janeiro de 2012 – das 8h às 12h
CARGA HORÁRIA: 20h
Objetivo: Oferecer noções básicas do Sistema braille enquanto técnica de leitura e escrita para acompanhamento e apoio do aluno com deficiência visual na
sala de aula.
Conteúdo:
1.Breve histórico do Sistema braille
2.Grafia braille
3.O Código braille na matemática – sinais básicos
4.O uso da reglete, punção e máquina de datilografia braille
5.Tecnologia e braille
Público-alvo: Professores, estudantes e profissionais de áreas afins.
Investimento: R$ 350,00
Professores:
Edni Fernandes da Silva
Pedagoga pós-graduada em Psicopedagogia, integra a equipe de Serviços Especializados da Fundação Dorina atuando no atendimento direto à pessoa com deficiência
visual e ministrando cursos de formação aos professores.
Maria Glicélia Alves
Pedagoga especializada em deficiência visual desde 1986 e em orientação e mobilidade desde 1999. Atua no setor de Serviços Especializados da Fundação Dorina
há 14 anos, no atendimento direto à pessoa com deficiência visual, ministrando cursos e prestando consultoria técnica a empresas e escolas.
Inscreva-se agora! Vagas limitadas.
A inclusão da criança com baixa visão na escola.
16 a 20 de janeiro de 2012 – das 13h às 17h
CARGA HORÁRIA: 20h
Objetivo: Proporcionar aos professores e profissionais da área, conhecimentos sobre a baixa visão e os recursos que possibilitam a inclusão da criança com
deficiência visual no sistema educacional.
Conteúdo:
1. Anatomia e fisiologia ocular
2. Funções visuais / desenvolvimento da visão
3. Conceito de baixa visão
4. Principais patologias e prevenção da deficiência visual
5. Adaptações ambientais e recursos ópticos
6. Estimulação da baixa visão na família e na escola
7. Recursos pedagógicos / adaptação e elaboração de materiais
8. Recursos tecnológicos para baixa visão
9. Aspectos psicológicos da baixa visão
10. Vivências práticas
Público-alvo: Professores, estudantes e profissionais de áreas afins.
Investimento: R$ 350,00
Professores:
Célia Maria Araújo de Amorim
Psicóloga, graduada em Educação Física, Psicomotricista, Especialista em Orientação e Mobilidade. Atua no Setor de Serviços Especializados da Fundação Dorina
há 24 anos no atendimento direto à pessoa com deficiência visual, ministrando cursos e realizando consultorias a escolas e empresas.
Maria Glicélia Alves
Pedagoga especializada em deficiência visual desde 1986 e em orientação e mobilidade desde 1999. Atua no setor de Serviços Especializados da Fundação Dorina
há 14 anos, no atendimento direto à pessoa com deficiência visual, ministrando cursos e prestando consultoria técnica a empresas e escolas.
Rita Helena da Costa Lobo
Psicóloga graduada pela PUC-SP e pós-graduada em Neuropsicologia pela Escola Paulista de Medicina - UNIFESP. Atua no setor de Serviços Especializados da
Fundação Dorina há 11 anos e ministra aulas para capacitação profissional de pessoas com deficiência visual.
Inscreva-se agora! Vagas limitadas.
Orientação e mobilidade - Seu aluno mais independente na escola.
23 e 24 de janeiro de 2012 – das 8h às 17h
CARGA HORÁRIA: 16h
Objetivo: Oferecer conhecimentos básicos sobre os aspectos técnicos da orientação e mobilidade das pessoas com deficiência visual.
Conteúdo:
1. Histórico da orientação e mobilidade
2. Conceitos básicos
3. Especificidades da deficiência visual nas diferentes faixas etárias
4. Noções básicas das técnicas específicas
5. Vivências práticas
Público-alvo: Professores, estudantes e profissionais de áreas afins.
Investimento: R$ 300,00
Professores:
Célia Maria Araújo de Amorim
Psicóloga, graduada em Educação Física, Psicomotricista, Especialista em Orientação e Mobilidade. Atua no setor de serviços especializados da Fundação Dorina
há 24 anos no atendimento direto à pessoa com deficiência visual, ministrando cursos e realizando consultorias a escolas e empresas.
Maria Glicélia Alves
Pedagoga especializada em deficiência visual desde 1986 e em orientação e mobilidade desde 1999. Atua no setor de Serviços Especializados da Fundação Dorina
há 14 anos, no atendimento direto à pessoa com deficiência visual, ministrando cursos e prestando consultoria técnica a empresas e escolas.
Inscreva-se agora! Vagas limitadas.
Coordenação dos cursos:
Eliana Cunha é ortoptista especialista em baixa visão pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, gerente de Serviços Especializados da Fundação Dorina
Nowill para Cegos e mestranda em Psicologia da Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).
Atenção:
citação
Local: Auditório da Fundação Dorina Nowill para Cegos
Rua Doutor Diogo de Faria, 558 – Vila Clementino – São Paulo – SP
Inscrições pelo site,
http://www.fundacaodorina.org.br/o-que-fazemos/cursos-e-palestras/
Informações:
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- (11) 5087-0981
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- A Fundação Dorina Nowill para Cegos se reserva o direito de cancelar o curso com até 3 dias de antecedência caso a quantidade mínima de vagas não seja
preenchida, neste caso o aluno receberá o reembolso integral do valor pago.
- Até a data do curso o aluno deverá ter efetuado o pagamento total.
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vencendo os obstaculos.Olá Pessoal, essa é uma conquista importante, tanto para o Lucas que estuda engenharia civil aqui na Universidade Federal de Uberlândia, quanto para outros que virão. http://www.correiodeuberlandia.com.br/cidade-e-regiao/jovem-com-paralisia-cerebral-e-o-1%C2%BA-do-estado-a-tirar-a-cnh/ O estudante Lucas Samuel Réus Araújo, 23 anos, é a primeira pessoa com paralisia cerebral e deficiência motora grave a adquirir a CNH em Minas Gerais O estudante Lucas Samuel Réus Araújo, 23 anos, é a primeira pessoa com paralisia cerebral e deficiência motora grave a adquirir a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) pelo Departamento de Trânsito em Minas Gerais. O documento foi entregue nesta sexta-feira (16) ao jovem na delegacia de trânsito de Uberlândia, bairro Jardim Patrícia, zona oeste, pela delegada Ravênia Márcia de Oliveira Leite. Antes de ser aprovado nos exames de legislação e direção, Araújo teve que viajar a Belo Horizonte (BH), há quatro meses atrás, para que fosse analisada a capacidade dele em um simulador, aparelho doado por uma montadora de carro à Polícia Civil (PC). A análise serviu para indicar as adaptações necessárias nos carros para que o deficiente possa conduzir em segurança. Depois, já em Uberlândia, fez 57 horas aulas em uma autoescola para as provas. Com isso, conseguiu passar de primeira tanto na prova de legislação, em um exame especial preparado exclusivamente para quem não consegue escrever, quanto na de direção. “Ele é vitorioso. Sinceramente, quando vi a situação dele, no início, pensei que não conseguiria passar. No entanto, surpreendeu-nos”, disse a delegada. Lucas Araújo também é aluno da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), onde cursa o 8º período de Engenharia Civil. Simulador Não há previsão para que um aparelho de simulação de carros seja instalado na delegacia de trânsito de Uberlândia. Segundo a delegada Ravênia Márcia Leite, existem somente quatro aparelhos destes no Brasil e o que está instalado em Belo Horizonte (BH) foi doado à Polícia Civil (PC) por uma montadora de carros. “É um equipamento caríssimo”, disse. Com isso, deficientes uberlandenses que queiram tirar a habilitação ainda devem se dirigir à capital mineira. TAGS habilitaç
sábado, 10 de dezembro de 2011
Sueli Souza dos Santos* Universidade Federal do Rio Grande do Sul Endereço para correspondência---------------------------------------------------------------------------- RESUMO Este artigo é resultado de um pequeno recorte da investigação em andamento de minha tese de doutorado em Educação na UFRGS. Trata sobre as questões de inclusão, linguagem e subjetividade de cegos. Fundamenta-se na Psicanálise de Freud e Lacan, desenvolvendo os conceitos de narcisismo, o Outro e a pulsão escópica em suas implicações constitutivas no Estágio do Espelho. Analisam-se, através de um recorte do corpus de uma entrevista realizada, alguns enunciados sobre a subjetivação dos cegos. Apóia-se em sua construção metodológica na teoria da Análise de Discurso de Pêcheux em suas possibilidades de articulação com Authier-Revuz, priorizando os conceitos de linguagem, e heterogeneidade discursiva. O trabalho apoiado nessas duas teorias, ou seja, a Psicanálise e a Análise de Discurso, evidencia nos enunciados da entrevistada, algumas dificuldades no processo de inclusão dos cegos relativas a sua vida amorosa em relação aos videntes. Palavras-chave: Discurso, Inclusão, Pulsão escópica, Narcisimo. ------------------------------------------------------------------------------ ABSTRACT This article is the result of a small clipping of the on-going investigation of my doctoral thesis on Education at the Federal University of Rio Grande do Sul. It deals with inclusion, language and subjectivity of blind people. It´s based on the Psychoanalysis of Freud and Lacan, developing the concepts of narcissism, The Other and scopic pulsion in their constituent implications in the Mirror Stage. It is analyzed, through the clipping of the corpus of an interview, some statements about blind people´s subjectivity. The methodological construction is based on Pêcheux´s Discourse Analysis on its possibilities of articulation with Authier-Revuz, giving emphasis to the concepts of speech and discoursive heterogeneity. Based on these two theories, the Psychoanalysis and the Discourse Analysis, this paper shows, through the statements of the interview, some difficulties in the process of inclusion of blind people concerning their loving life in relation to the not blind. Keywords: Speech, Inclusion, Scopic pulsion, Narcissism.-------------------------------------------------------------------------------- Introdução “Não é uma igualdade”: algumas interrogações iniciais A questão sobre a discriminação de minorias, quer por fatores raciais, religiosos, sexuais, de gênero, de imigração, ou portadores de necessidades especiais, sendo este último objeto específico de nossa investigação, convoca-nos a pensar em que medida a discussão sobre os temas da inclusão e exclusão, do ponto de vista da Psicologia Social e da Educação, enquanto campos de saberes que albergam inter-relações sociais, abrange muitos fatores constitucionais da subjetividade e da identidade, para além do que é visível. Quando trabalharmos com os conceitos de inclusão/exclusão, é necessário estarmos atentos sobre as múltiplas possibilidades de deslizamentos de sentido que esses termos podem derivar. Pensando a educação inclusiva, é preciso reconhecer que a inclusão porta uma ambivalência. A formação grupal, em ambiente escolar, de trabalho ou de convivência, quando impõe o exercício do processo de inclusão, evidencia-se que alguém está excluído de um coletivo determinado. Nesse caso, a inclusão significa incluir este que está fora, por ser diferente, como igual ou como diferente? Qual é o diferente privilegiado, o do grupo ou do indivíduo? Qual identidade será incluída no quê? Se pensarmos em como se constituem os laços sociais, que inserem o sujeito na cultura, pela linguagem e suas derivas, lembramos que em relação à questão de identidade, Bhabha (1998, p.80) afirma: “... testemunhamos a alienação do olho através do som do significante no instante em que o desejo escópico (olhar/ser olhado) emerge e é rasurado na simulação da escrita.” A pulsão escópica, conceito psicanalítico, que representa o prazer de ver e ser visto, que tem o olhar como objeto de desejo, relaciona-se com o mito originário que envolve a relação imaginário que forja os processos identificatórios. Sob essa perspectiva, nos interessa aqui ressaltar a importância do olhar na estruturação do psiquismo, da subjetivação, da identidade e suas implicações no processo de inclusão. Tomamos como ponto de partida deste artigo um dos enunciados da entrevista realizada com Gisele1 , qual seja: “Não é uma igualdade. Não é de igualdade... há muito tempo que um homem que enxerga não me paquera. Há muito tempo. Por quê? Porque na verdade ele não vai tirar uma onda com uma guria cega.” Seguindo o enunciado de Gisele1, ocorrem-nos algumas questões que podem interpelar tanto cegos como videntes, tais como: Como amar alguém que não nos vê? Como amar alguém que não se vê? Como amar alguém que não vê a si próprio? O namoro pela internet, versão contemporânea do namoro por correspondência promovido pelas revistas femininas de décadas atrás (ou seria século passado?), supunha o possível encontro com uma pessoa idealizada, a alma-gêmea. Imaginariamente, mesmo com a possibilidade de o(a) correspondente e, agora internauta, ser diferente da fantasia que se criasse em relação àquele(a) que não se via; sempre havia a possibilidade de, num futuro encontro presencial, se surpreender com aquilo que encontraria. Poderia emergir daí uma confirmação ou desilusão dessa fantasia de encontro, tendo como resultantes expressões tipo: “és bem como eu imaginava”, ou: “és bem diferente do que eu imaginava” ou: “não eras nada do que eu imaginava”. No último caso, como vemos, o verbo ser dá idéia de passado, ou seja, mais do que uma constatação pode se avizinhar, quem sabe, um desencanto, um desencontro. Será que se consegue conhecer aquele pelo qual se enamora? Que encontro haveria na correspondência da fantasia? O enamoramento seria pela fantasia? O Outro que se encontra: um estranho familiar A surpresa ou desilusão no jogo do enamoramento está em relação direta com o espelhamento narcísico. Reportando–nos ao ponto de vista psicanalítico, enxergar é diferente de ver, além do que, ver é diferente de olhar. É preciso estabelecer que, voltando aos primórdios da constituição do psiquismo, os sentidos e sentimentos se desenvolvem na medida em que o bebê é investido afetivamente, ou seja, quando passa a significar para alguém, quer sejam os pais ou cuidadores. É através do olhar do Outro que o bebê passa a ser confundido num ideal imaginário de espelhamento com a mãe, o que lhe dá não só um lugar, mas um sentido em relação a esse Outro. Cabe dizer aqui que o conceito de Outro, conceito lacaniano escrito com maiúscula, está referido a um lugar de significação que articula o inconsciente e marca a significação simbólica. Para compreensão da estruturação do psiquismo, seguimos o referencial psicanalítico, que aponta o conceito de pulsão como fundante do aparelho psíquico. O conceito de pulsão, como inscrição de intensidades libidinais, inconscientes, marca as primeiras experiências de satisfação no psiquismo deixando pegadas, traços, como digitais únicas de prazer e de desprazer, oportunizando a criação das representações, inaugurando a possibilidade do pensamento e discriminação do eu e do não eu. A pulsão escópica, ou seja, a pulsão do olhar como um dos primeiros investimentos do Outro em relação ao bebê, passa a ser um elemento constitutivo de valor fundamental na fundação psiquismo. Mas o que quer o Outro? Alguma coisa sempre indecifrável. O olhar não é compreendido mais como condição da consciência e do conhecimento, mas é uma marca pulsional, portanto, do inconsciente. Essa formulação teórica da psicanálise rompe com a tradição filosófica que não distingue entre visão e olhar. Sendo assim, o olhar deixa de ser uma qualidade do sujeito como propunha a filosofia, mas, segundo Lacan, passa a ser o objeto específico da pulsão escópica, faz parte do objeto e não do sujeito; ao contrário, o sujeito é afetado pelo olhar, é subvertido por ele enquanto objeto (a), denominado por Lacan como objeto causa de desejo. Em Freud, tal objeto tem a dimensão do objeto perdido, o qual está em jogo na repetição. Esse objeto torna-se aí ativo, e o sujeito, efeito. O objeto (a), diz Lacan, parece ser alguma coisa que implica estilhaços da pulsão, enquanto pulsões parciais. Sendo objeto parcial, o objeto (a) não pode ser representado, só pode ser identificado sob a forma de fragmentos parciais do corpo, sob quatro aspectos: objeto de sucção (seio), objeto de excreção (fezes), a voz e o olhar. Além disso, o objeto sendo parcial, não se pode nomear devido a não se ter idéia do que ele seja. Um terceiro aspecto a ser considerado refere-se a um resto, ao mesmo tempo função e resíduo, implicado no centro do nó borromeano, em que se entrelaçam o simbólico, o imaginário e o real. O nó borromeano é uma figura topológica, um tipo de círculo flexível, que em psicanálise é usado para explicar as relações de pura significância, conforme definição de Kaufmann e Conte (1993, p. 68): “O nó borromeano são três termos que se estabelecem pela presença do terceiro, uma relação entre os outros dois. Na prática analítica, o resto de um dito se torna o que resta a dizer, o inacessível, o que remete ao recalcamento primário, sem que possamos dizer”. A citação remete-nos diretamente ao texto “Projeto para uma psicologia científica”, em que Freud (1976-1895) postula a primeira experiência de satisfação como mítica, a qual o sujeito tentará em vão reconstituir. Essa tentativa de reconstituição é decorrente do desejo em relação à Coisa, o Isso em alemão “das Es”, que não pode ser nomeado. A Coisa é dada no campo escópico, é ela que confere a lei do desejo, ou seja, na visão da psicanálise, do desejo indestrutível, que se apresenta como esse abismo infinito do inalcançável, que opera por deslizamento em um plano de contigüidade, remetendo o sujeito sempre a uma falta. Dizendo de outra forma, a Coisa (das Ding) é o que do real não acessa ao significante, é barrada do significante da lei, vem no lugar do significante, mas não pode nomeá-lo. Esse significante que barra a Coisa é chamado de “nome-do-pai”, enquanto referido ao Édipo. Aqui nos ocorrem outros interrogantes: o Outro é sempre estranho e familiar porque traz a marca do desejo edípico? Busca-se, no amor, o primeiro amor, novamente? O Estágio do Espelho: Narciso não vê o que não é espelho A partir das primeiras experiências, na relação de espelhamento com a mãe, partimos da metáfora lacaniana do estágio do espelho, apontando dois momentos constitutivos desse aparelho. Seguindo esse autor, nos primeiros meses do bebê, a própria incompletude do aparelho visual impõe-lhe uma total dependência perceptiva, pela impossibilidade de o cérebro interpretar os estímulos visuais que recebe. Assim, o estágio do espelho funciona como o primeiro organizador da angústia do corpo fragmentado, fundindo a imagem ao objeto, mãe e bebê são uma só coisa. Essa fusão dá uma forma, uma contenção em que, pela fascinação do olhar, cria-se um jogo de júbilo, de gozo. Nessa completude, não há possibilidade de falta, mãe e bebê, se completam mutuamente. Esse estado idílico, fusional, num segundo momento, já não basta, não satisfaz a mãe, que insatisfeita demanda outras coisas ao bebê, rompendo a plenitude. Como um retorno a esse estado idílico é impossível, o bebê tenta agora ser o eu ideal, ou seja, o que imagina através do olhar da mãe (A); tenta ser o que supõe que a mãe deseja. O jogo de olhares, buscando no espelho um reflexo que lhe dê sentido, nos leva a pensar sobre a diferença entre ver e olhar. O que vemos está marcado pelo pulsional, apreendido pela fascinação do objeto. Há um estado de fascinação que nos liga e provém do Outro; quando isso se dá, não estamos somente na dimensão do eu imaginário, mas no plano da pulsão escópica, que prende desde fora. Neste sentido é que Nasio nos diz (1995, p.35): “(...) a fascinação é uma experiência limite, é uma experiência limite porque se produz no limite do imaginário. O eu já não é eu porque lhe faltam as imagens em que ele se reconhece, todo esse mundo imaginário desaparece, não há mais reconhecimento.” As marcas do investimento inicial do Outro no infans, no entanto, deixa indelével o pulsar de que aí, em algum momento, isso existiu, esse encontro profundo e indissolúvel, que a todos nós constituiu enquanto um significante para um outro significante. Com isso queremos evidenciar que antes de qualquer possibilidade de enxergar e discriminar os estímulos visuais que lhe oferece o contato com o mundo, o bebê será estimulado e tirado de seu isolamento narcísico pelo apelo da mãe ou daquele que o cuida, que o investe afetivamente, que lhe dá sentido, ou seja, que o investe pulsionalmente. Esse é um poder que a mãe ou quem cuida exerce sobre seu bebê. Esse Outro é que pode ter um saber sobre ele, dizer coisas sobre ele, antecipar sentidos que ele, até então, desconhece. Isso está dado para além da capacidade de enxergar de cada um. O espelho é o olhar da mãe, que diz: “tu és isso para mim, para meu desejo, eu te vejo e te quero assim”. Para Kehl (2003, p. 415): “A liberdade humana é limitada, ou pelo menos delimitada, por fatos que antecedem a própria existência individual. Nossa vida psíquica, o que é muito mais grave, depende do inconsciente das pessoas que cuidam de nós”. Nesse jogo de troca de lugares entre imaginário e simbólico, está a fonte de toda incerteza relativa à vida, na qual o narcisismo, que se pensa sabedor e seguro do seu lugar, é lançado na evidência de que tudo o que é pode vir a não ser. Jogo presente no dominador e no dominado pela ilusão do amor. A troca de lugares se dá pelo estranhamento da língua. Parece haver um pedido por parte da mãe que o bebê a compreenda em sua demanda, que fale sua língua, uma língua estrangeira, pois é inapreensível em sua totalidade, jogando o infans, cego ou vidente, na gangorra da inclusão/exclusão com relação à língua materna e sua sobredeterminação interdiscursiva. Talvez possamos pensar que o Outro nunca é exatamente o que pensamos. Linguagem e subjetividade: algumas inter-relações possíveis entre Análise de Discurso (AD) e Psicanálise A dimensão propriamente significante, sob a qual o sujeito está submetido na fala, implica a subjetividade em uma relação fundadora com a linguagem. Assim, a linguagem, via o cenário familiar, na relação com o Outro, é o meio no qual o indivíduo é mergulhado desde o nascimento. A proposição de Lacan (1998) que o inconsciente é estruturado como uma linguagem, proferida no chamado relatório do Congresso de Roma ([1953]), possibilita-nos fazer alguma aproximação com o campo da Análise de Discurso, que tem um modo de olhar em que a relação da criança com a linguagem não é definida como conhecimento constituído de categorias e estruturas, mas daquilo que produz estranhamento no processo na constituição desse olhar. Na Análise de Discurso, o processo de significação estaria vinculado a “um duplo movimento de restrição e ampliação do que vai sendo construído sob a forma de unidades de ordem vária”, como diz Lemos (1994). Nessa medida, a autora segue a Pêcheux (1983), quando afirma que cada unidade abre pontos de deriva, produzindo efeitos de ressignificação em relação a outras unidades. Os processos metafórico e metonímico produzem esse movimento e seus produtos, sendo que, para Lacan (1998), a relação metafórica implica o elemento substituído por aquele elemento que está em ausência, mostrando sua ligação indissociável com a metonímia. A metonímia, como figura de linguagem, é a representação da parte pelo todo e do todo pela parte, a partir do que se pode entender a relação entre um termo manifesto e um termo latente presentificado em uma cadeia discursiva. Pensando a aquisição da linguagem, Oliveira (2004) entende que o enunciado da criança é ouvido e ressignificado pelo enunciado do adulto, pois seus significantes se apresentam como formas isoladas. Os processos metafórico e metonímico cristalizam-se em redes de relações, mas, a partir de seus próprios enunciados, a criança passa a escutar e ressignificar, arriscando então interpretar a si mesmo e ao outro. Voltando à questão relativa ao desenvolvimento do sistema simbólico de crianças cegas, fazendo uma relação ao desenvolvimento da linguagem e da subjetividade dessas crianças, podemos pensar nesse mergulho na linguagem, e na língua materna, desde seu nascimento, nesse meio em que o sujeito virá a subjetivar-se, estruturando sua própria história. A linguagem exerce uma função que possibilita e permite a identificação do sujeito no reconhecimento de seu lugar de ser, no qual o sujeito alienado ao Outro, imaginariamente, se define pelas leis do significante, determinando o sujeito como dividido por seu próprio discurso. As mudanças de sentidos, produzidas na equivocidade do sujeito dividido, são constitutivas da língua. Seguindo o pensamento de Oliveira (2004, p.102): “Isso permite trabalhar, como uma concepção de sujeito, discurso e língua dentro de uma teoria que não reduz o sentido à reprodução, mas contemple as descontinuidades, os deslocamentos, as falhas que se operam sobre o sentido”. Discurso e produção de sentidos Pêcheux prioriza a problemática da Análise de Discurso2 em torno do trabalho de interrogação-negação-desconstrução de sentido, ressaltando que a própria produção de sentido vem a ser um lugar de formação de um novo sentido, e não somente de afirmação ou captura de sentido. A concepção desse lugar de formação de sentido fundamenta-se nas mediações interdisciplinares da lingüística e da psicanálise, para explicar os fenômenos discursivos. O conceito de discurso é tomado por Pêcheux (1997) como o objeto teórico da AD, no sentido de objeto-histórico, que se produz socialmente, por sua materialidade específica, ou seja, a língua. Sabemos que é na regularidade da prática social que a língua pode ser apreendida, a partir da análise dos processos de sua produção, e não dos seus produtos. Essa produção social nos remete ao conceito de interdiscurso, que, segundo o autor, está diretamente relacionado ao pré-construído. A linguagem se assenta em uma relação dissimétrica entre dois elementos do pensamento, como se esses elementos já se encontrassem aí. Todo conteúdo de pensamento existe na linguagem, sob a forma do discursivo. Pêcheux (2002) define o real como um tipo de saber que não se reduz à ordem das coisas-a-saber; há uma independência do objeto em relação a qualquer discurso que se possa fazer a seu respeito. Em Estrutura ou Acontecimento (2002, p.29), o autor defende que “(...) no interior do que se apresenta como o universo físico-humano (coisas, seres vivos, pessoas, acontecimentos, processo...), “há real”, isto é, pontos de impossível, determinando aquilo que não pode não ser “assim”. (O real é o impossível que seja de outro modo). Assim, o real da língua é tomado por Gadet e Pêcheux (2004, p. 51) como “um sistema de valores e diferenças, pelo registro do reconhecimento sistemático do equívoco, onde sempre há um resto, algo que não se pode dizer, marcando alíngua [lalangue]”; ou seja, o que apresenta na língua como não-idêntico e, ao mesmo tempo, por repetição do significante de outra forma. Ao significar, no uso da língua, a descrição de objetos de que se fala ou de acontecimentos está exposto ao equívoco da língua, o que equivale dizer que, as propriedades discursivas da forma-sujeito, do “ego-imaginário”, como diria Pêcheux (1997), como sujeito do discurso, aponta que o sujeito se constitui pelo esquecimento daquilo que o determina. O esquecimento, ligado ao sistema inconsciente, é duplo. Melhor dizendo, devem-se considerar dois esquecimentos desde as zonas em que operam: o pré-consciente para o esquecimento número dois, o inconsciente para o esquecimento número um. Será chamado de esquecimento número um aquele em que o sujeito-falante não pode se encontrar no exterior da formação discursiva que o domina, interpelado ideologicamente, o que lhe dá a ilusão de ser dono de seu próprio dizer. Dizendo de outra forma, no esquecimento número um o sujeito “esquece” que é determinado ideologicamente. Por estar ligado ao sistema inconsciente, o esquecimento número um, para Pêcheux, se aproxima daquilo que é análogo ao recalcado. Chama-se de esquecimento número dois, quando o sujeito-falante seleciona formas, seqüências ou enunciados estabelecidos já em uma trama de sistemas enunciados como paráfrase, esquecendo que não é a fonte de seu dizer. Tanto o esquecimento número um quanto o esquecimento número dois se fazem presentes na produção de sentido. Podemos dizer, ainda, que a produção de sentido se dá na tensão constante em que coexistem, indissociavelmente, interpelação, identificação, descrição de objetos, de acontecimentos, ou do que se produz de forma discursivo-textual. Seguindo esse raciocínio, pensamos que diante de qualquer objeto simbólico, somos obrigados a interpretar, atribuir-lhe sentido. A interpretação é a leitura que fazemos dos fatos, sendo através da linguagem que se produz significação. No entanto, a interpretação, por efeito ideológico, sofre um apagamento, dando-nos a ilusão de que é transparente, pelo equívoco da língua. Deste modo, a produção de sentidos está ligada à interpretação. Conforme Pêcheux (2002, p. 54): É neste ponto que se encontra a questão das disciplinas de interpretação: é porque há o outro nas sociedades e na história, correspondente a esse outro próprio ao linguageiro discursivo, que aí pode haver ligação, identificação ou transferência, isto é, existência de uma relação abrindo a possibilidade de interpretar. E é porque há essa ligação que as filiações históricas podem-se organizar em memórias, e as relações sociais em redes de significantes. O outro, próprio do linguageiro discursivo, aponta para “as coisas-a-saber” questionadas por Pêcheux, e devem ser tomadas em redes de memórias por filiações identificatórias e não como aprendizagens por interação. Nessa medida, as práticas de análise de discurso precisam determinar o lugar e o momento da interpretação, discriminando a descrição e a interpretação de forma discernível. A descrição de um enunciado ou seqüências enunciativas põe em jogo o discurso-outro, posto que desvela lugares vazios, de elipses, de negações e interrogações, de discurso relatado, entre tantos outros elementos. Marcado na presença virtual da materialidade descritível, o discurso-outro revela a insistência do outro como lei do espaço social e da memória histórica, que para Pêcheux (2002, p. 55); é o “próprio princípio do real sócio-histórico.” É a isso que o autor nomeia de disciplina de interpretação, a propósito das disciplinas que trabalham neste registro. Na análise do “corpus” que faremos a seguir essas marcas do espaço social e da memória histórica poderão ser evidenciadas. Os espaços de transferências identificatórias, que produzem uma pluralidade de filiações históricas, pelas palavras, imagens, narrativas, discursos, textos, etc; as “coisas-a-saber” revelam que não se pode saber com segurança do que se fala. Os objetos estão inscritos em uma filiação e não são o produto de uma aprendizagem particular, quer no âmbito privado ou no nível público das instituições. Buscando aprofundar as intersecções possíveis entre a AD e a psicanálise, trabalhamos ainda com as noções teóricas de heterogeneidade propostas por Authier-Revuz (2001-1998). Essa autora problematiza o conceito de heterogeneidade, não deixando de reconhecer a língua como sistema de diferenças e como espaço de equívoco. O campo da enunciação é marcado por uma heterogeneidade teórica, fazendo parceria com a psicanálise, relativamente ao sujeito do inconsciente e à sua relação com a linguagem. Entendemos que toda língua é perpassada pela heterogeneidade, pelas não-coincidências. Authier-Revuz (2001-1998) vai deslocar a análise para a seqüência atravessada pelo discurso do Outro, lugar heterogêneo das rupturas. O conceito de heterogêneo está ligado a um Outro radical que afeta a enunciação, onde as formas de representação que os enunciadores têm de seu próprio dizer não podem ser tomadas como uma totalidade autônoma, ou seja, todo discurso está atravessado por outros discursos. A heterogeneidade discursiva evidencia a constante tensão que se estabelece entre relações de contradição, dominação, confronto por alianças e/ou de complementação dos discursos, destituindo o sujeito do domínio de seu dizer. Authier-Revuz (2001-1998) trabalha no enfoque da enunciação com quatro campos de “não-coincidência” ou de heterogeneidade nos quais o dizer se representa e será confrontado produzindo desdobramentos, quais sejam: a) A não-coincidência interlocutiva entre dois co-enunciadores; essa concepção apóia-se, na concepção pós-freudiana do sujeito descentrado, não coincidente consigo mesmo, mas que remete ao artifício da “comunicação” como produção do “um” entre os enunciadores. b) A não–coincidência do discurso consigo mesmo, colocada como constitutiva, fundamentada no dialogismo bakhtiniano, considerando que toda palavra é habitada pelo discurso outro, pelo já dito dos outros discursos, em outras enunciações. Para Pêcheux (2002), algo fala em outro lugar, antes e independentemente, revelando outras palavras, assinalando uma “interdiscursividade representada”. Isso aponta para oposições que delimitam tipos de fronteiras entre si e o outro. c) A não-coincidência entre as palavras e as coisas é considerada como constitutiva da oposição de sistemas acabados de unidades discretas, e o contínuo, ou seja, as infinitas singularidades do real a nomear de um lado, pelo jogo inevitável na nomeação, e, do ponto de vista lacaniano, o real como radicalmente heterogêneo à ordem simbólica. d) A não-coincidência das palavras consigo mesmas, apontando para o equívoco jogado nas próprias palavras, sendo estes equívocos de quatro tipos: (1) respostas de fixação de um sentido; (2) figuras do dizer falseando o dizer pelo encontro com o não-um; (3) o sentido estende o não-um e, finalmente, (4) o dizer reafirmando o não-um, buscando a palavra mais certa, tentando romper ambigüidades. Seguindo a teoria enunciativa de Authier-Revuz (2001-1998), que trabalha com os quatro campos de “não-coincidências”, juntamente com a teoria do discurso de Pêcheux (2002), buscamos sinalizar um lugar de constituição de um sentido que escapa à intencionalidade de um sujeito produzido pela linguagem. Tanto para a AD como para a psicanálise, o sujeito tem, imaginariamente, a ilusão de que é senhor de seu discurso, e não apenas um efeito, um produto deste. Essa semelhança de concepção entre psicanálise e AD, no entanto, não as torna semelhantes, porque cada saber tem sua especificidade relativa a seus objetos. O discurso não se reduz a um dizer explícito; o dizer não corresponde ao enunciado de quem fala, ou seja, o Outro fala através do falante, e o dizer não corresponde ao enunciado de quem fala. Aspectos metodológicos e apresentação do “corpus” O “corpus” que se segue é um pequeno recorte da gravação de uma entrevista realizada com uma pessoa cega, sendo o material empírico de base para análise de minha tese de doutorado que trata sobre as questões de inclusão, linguagem e subjetividade de cegos. A entrevista semi-dirigida foi concedida pela entrevistada, com a assinatura de um termo de consentimento informado, sabedora de que seria gravada e transcrita podendo ser utilizada na integra ou parcialmente para estudos e publicações. Após ser comunicado o objetivo da entrevista, foram colocadas duas questões sendo a primeira relativas a entrada na Escola e sua trajetória até a Universidade; a segunda questão com respeito as relações que foram se construindo ao longo dessa trajetória. A partir daí a entrevistada fez sua narrativa histórica sem mais intervenção da entrevistadora. A realização da entrevista foi em uma sala privada, no local de trabalho da entrevistada. A partir do material gravado e transcrito na íntegra, foi feito um pequeno recorte que apresentamos aqui para análise especifica desse artigo. O “corpus”: Apresentamos aqui enquanto “corpus” de análise alguns enunciados produzidos em uma entrevista realizada. (1) Não é uma igualdade. Não é de igualdade... há muito tempo que um homem que enxerga não me paquera. Há muito tempo. Porque? Porque na verdade ele não vai tirar uma onda com uma guria cega. (2) É... sabe? então assim oh, então não é bom namorado cego porque aí nós vamos ser dois. Dois pra servir, dois pra guiar, sabe?... agente chama atenção em dobro, ocupa o dobro de espaço na rua... tudo em dobro.... ainda o sonho da minha mãe é que eu arrume um homem que enxergue, pra ser o ... sei lá. (1) É, é interessantíssimo, ela ... quando eu arranjo um namorado que enxerga, ela... sabe?... Agora Gisele, tá certo ... Sobre a análise do “corpus”: uma leitura possível sobre alguns efeitos de sentido que se produzem Retomamos aqui os primeiro enunciados da entrevistada, que nos possibilitam fazer algumas relações teóricas entre a AD e a psicanálise. Quando Gisele aponta que não é paquerada por um homem que enxerga, atribuindo esse fato à sua diferença, por ser cega, podemos pensar que esse enunciado está atravessado pelo interdiscurso, relacionado diretamente ao pré-construído, ou seja, há um saber sobre as diferenças entre cegos e videntes que vem de outro lugar, talvez marcado pelo social, pelo que é dado intersubjetivamente no que apreende em suas relações de convivência de seu meio. Ela afirma que: (1) “Não é uma igualdade”. A que igualdade será que se refere? Sabemos que a linguagem se inscreve em uma relação dissimétrica entre dois elementos de pensamento. Retomando o que dizíamos anteriormente, a dimensão propriamente significante, sob a qual o sujeito está submetido na fala implica a subjetividade em uma relação fundadora com a linguagem. Submetida à fala, ao discurso Outro, Gisele se “vê” como diferente, mas atribui ao Outro ser tratada como diferente, eis aí a dimensão dissimétrica em seu pensamento. Além disso, ser paquerada, ver e ser vista, é tratado como se ela pudesse vislumbrar o olhar do outro. Um olhar que não a enxerga enquanto mulher paquerável, desejável. Seguindo o pensamento de Pêcheux (2002), quando define o real como um tipo de saber que não se reduz à ordem das coisas-a-saber; há uma independência do objeto em relação a qualquer discurso que se possa fazer a seu respeito. Como Gisele sabe que não é paquerada? Em que se sustenta essa afirmação, no que ela ouve ou não ouve dos homens que enxergam? Como sabe que não é vista e desejada, embora não se dirijam a ela? Gisele faz essa constatação de sua invisibilidade para o desejo de um vidente, ou seja, um homem que enxerga; existe aí um dado do real que não pode ser outro, ela não vê, ela não se vê, conseqüentemente, não é vista. Esse parece ser o pontos de impossível, determinando aquilo que não pode não ser “assim”. (O real é o impossível...que seja de outro modo), como diria Pêcheux (2002, p.29). Isso nos remete ainda, às noções teóricas de heterogeneidade propostas por Authier-Revuz (2001-1998) que vai deslocar a análise para a seqüência atravessada pelo discurso do Outro, lugar heterogêneo das rupturas no que diz respeito a “A não-coincidência entre as palavras e as coisas, no que diz respeito ao acesso que Gisele tem ao real. Ela atribui uma impossibilidade de ser paquerada, mas nada no real pode ser comprovado posto que ela fala de um lugar em que se coloca como excluída, mas sem saber do Outro. Seguindo essa autora e fazendo uma ligação com a psicanálise no que se relaciona ao estagio do espelho, Gisele não enxergando, não pode sentir que um Outro, estranho, diferente da mãe, tenha dirigido seu desejo investido pulsionalmente em relação à ela; além do que esse Outro, estranho, não é acessado visualmente por ela. Diríamos que o “amor a primeira vista” tem outra via, quem sabe o “amor à primeira fala”, enquanto pulsão evocante, como possibilidade de primeiro encontro. Voltando a Análise de Discurso, o outro, próprio do linguageiro discursivo, aponta para “as coisas-a-saber”, e devem ser tomadas em redes de memórias por filiações identificatórias e não como aprendizagens por interação. A descrição de um enunciado ou seqüências enunciativas põe em jogo o discurso-outro, posto que desvela lugares vazios, de elipses, de negações e interrogações, de discurso relatado, entre tantos outros elementos. Marcado na presença virtual da materialidade descritível, o discurso-outro revela a insistência do outro como lei do espaço social e da memória histórica, como próprio princípio do real sócio-histórico. Pensemos em outro enunciado de Gisele em que ela afirma: (2) É ... sabe? então assim oh, então não é bom namorado cego porque aí nós vamos ser dois. Dois pra servir, dois pra guiar, sabe?... agente chama atenção em dobro, ocupa o dobro de espaço na rua... tudo em dobro.... ainda o sonho da minha mãe é que eu arrume um homem que enxergue, pra ser o ... sei lá. A posição da mãe, segundo Gisele, revela a insistência do outro como lei do espaço social e quem sabe, da memória histórica. Ao mesmo tempo que afirma o dito da mãe, fala por si mesma enquanto discurso-outro. No que tange ainda à proximidade com a psicanálise que propõe o sujeito clivado, dividido, atravessado pelo discurso do Outro, marcando o inconsciente como uma cicatriz. Podemos pensar na desilusão de Gisele quando se refere aos conselhos da mãe aponta que de certa forma, a mãe quer que alguém a cuide, ao invés de priorizar que seja amada. Querer que alguém a proteja, não é o mesmo que alguém a deseje como ela é. A cegueira é vista como um problema duplo, Gisele tem que buscar alguém que pertença ao mundo dos videntes onde está imersa, como se esse sim, fosse o mudo ideal. Ideal da mãe. Como dizíamos anteriormente, a surpresa ou desilusão no jogo do enamoramento está em relação direta com o espelhamento narcísico. Através do olhar do Outro é que o bebê passa a ser confundido num ideal imaginário de espelhamento com a mãe, o que lhe dá não só um lugar, mas um sentido em relação a esse Outro. Gisele diz: (1)... “Há muito tempo. Porque? Porque na verdade ele não vai tirar uma onda com uma guria cega.” Parece também que essa queixa está marcada pelo desejo da mãe quando afirma que: (2)“... ainda o sonho da minha mãe é que eu arrume um homem que enxergue, pra ser o ... sei lá.” Ou ainda: (3)”... É, é interessantíssimo, ela ... quando eu arranjo um namorado que enxerga, ela... sabe?... Agora Gisele, tá certo ... Do ponto de vista da AD, todo enunciado é suscetível de tornar-se outro, diferente de si mesmo, derivando em um outro como efeito definido pelas condições da produção em que se dá o movimento interpretativo. O que Gisele atribui às suas impossibilidades na conquista amorosa, de certa forma marca o discurso outro, determinado no chamado esquecimento número um, aquele em que o sujeito-falante não pode se encontrar no exterior da formação discursiva que o domina. Podemos dizer que Gisele é interpelada ideologicamente, o que lhe dá a ilusão de ser dono de seu próprio dizer. Esquece que é determinada ideologicamente por estar ligado ao sistema inconsciente, ou seja, daquilo que é análogo ao recalcado e que está repetindo o mandato materno, quando afirma: (2)“... ainda o sonho da minha mãe é que eu arrume um homem que enxergue”. Seu discurso sobre o sonho de sua mãe revela, como num gesto de interpretação, segundo Pêcheux (2002, p. 54): “atos que surgem como tomadas de posições, reconhecidas como tais, isto é, como efeitos de identificação assumidos e não negados”. Falando sobre os desígnios da mãe que espera ou aconselha que ela arrume um namorado que enxergue, mesmo que pareça se contrapor, Gisele está exposta ao equívoco da língua. Isso equivale a dizer que, as propriedades discursivas da forma-sujeito, do “ego-imaginário”, apontam que ela formula em sua afirmação a inscrição ideológica, interdiscursiva, marcada pelo esquecimento daquilo que determina seu discurso. Isso fica evidenciado em duas marcas lingüísticas que insistem, quais sejam, a interrogação e as reticências : (2)É...sabe? Dois pra servir, dois pra guiar, sabe?... agente chama atenção em dobro, ocupa o dobro de espaço na rua... tudo em dobro.... ainda o sonho da minha mãe é que eu arrume um homem que enxergue, pra ser o ... sei lá. Ou ainda: (3)É, é interessantíssimo, ela ... quando eu arranjo um namorado que enxerga, ela... sabe?... Agora Gisele, tá certo ... Voltando ao que postula Pêcheux (j2002, p.57), todo enunciado é suscetível de tornar-se outro. O dito de Gisele, parece apontar uma constatação sobre os designos maternos, aparentemente, se contrapondo, mas ao mesmo tempo, não parece um discurso muito diferente do seu mesmo, derivando em um outro como efeito definido pelas condições da produção em que se dá o movimento interpretativo, ou gesto de interpretação. Suas interrogações, dirigidas à entrevistadora, sugerem um pedido de confirmação de entendimento daquilo que está relatando, como se não tivesse certeza do sentido que se produz em seu dito; ou esperando uma afirmação ou negação de que o dizer da mãe faz sentido. Dizendo de outra forma, ela diz que há muito que um homem que enxerga não a paquera; também afirma que o sonho da sua mãe é que arrume um homem que enxergue. Mas não se apercebe que o discurso materno não deixa claro para si mesma, como ela, Gisele, se “enxerga”? O que um homem deve “enxergar” nela? O que ela pensa que a mãe vê nela e espera que um homem enxergue ? Considerações finais Narciso não se vê, se não encontra seu olhar no espelho. Ou a difícil arte de amar o que (não) se vê O jogo de enamoramento, fundador do aparelho psiquismo, está em relação direta com o espelhamento narcísico, dizíamos no início deste artigo. Retomamos aqui a afirmação de que é através do olhar do Outro que o bebê passa a ser confundido num ideal imaginário. Isso se dá na construção da subjetividade tanto de cegos como de videntes. Tomando os enuncidos de Gisele, aí se marca a certeza de que, em algum momento, em algum tempo, alguém que enxergava, um Outro, a desejou, a amou, mas que há muito tempo não re-encontra esse olhar em outra pessoa que recupere o primeiro amor supostamente incondicional do Outro. Narciso não se vê, se não encontra seu olhar no espelho. Gisele por não encontrar no Outro esse olhar marcado escópicamente, não se supõe como objeto de interesse ou amor por alguém que não tenha seu olhar sobre si mesma. No entanto podemos pensar que, para além de qualquer falha perceptiva no real do corpo, todos, videntes e cegos, estão marcados pelo mesmo estrabismo do olhar amoroso. As dificuldades em amar e ser amado, a incerteza e o desejo de ser objeto de amor marca à ferro o psiquismo e as possibilidades de subjetivação, independente da visão, posto que o que dá visibilidade é o olhar enquanto investimento amoroso. Essa afirmação nos faz pensar na dificuldade de amar o que (não) se vê. Na báscula da inclusão/exclusão, duas faces de uma mesma moeda se evidenciam. É’ difícil amar o que se vê, porque amamos o que não é visível, mas o que supomos encontrar em um outro como o ideal imaginário de completude. A inclusão/exclusão, que se coloca nesse jogo de presença e ausência de visibilidade estará sempre marcada em todas as possibilidades de relação, quer de trabalho, de aprendizagem, de grupos de convivência, de laços amorosos. A pulsão do olhar, enquanto significante, a linguagem como possibilidade de encontro e equívoco por seus deslizamentos de sentido, são elementos constitutivo de valor fundamental na constituição do psiquismo. A inclusão/exclusão para além das questões sobre a discriminação de minorias, seja qual for sua marca diferencial, nos convoca a repensar em que medida a discussão sobre esses temas, do ponto de vista do campo da Psicologia Social em suas várias abordagens e da Educação. Esses saberes que albergam inter-relações sociais podem trazer, uma releitura que não trata da adaptação dos excluídos ao meio em que se inserem, mas possibilitem além da reflexão teórica, contribuições para o entendimento das dificuldades de cegos e videntes no cotidiano da convivência, em sua forma de subjetivação e nos jogos relacionais, independe das limitações funcionais do campo perceptual. Quando trabalhamos com os conceitos de inclusão/exclusão é necessário estarmos atentos sobre as múltiplas possibilidades de deslizamentos de sentido que esses termos podem derivar. Pensando a educação inclusiva, é preciso reconhecer que a inclusão porta uma ambivalência. Quando uma situação grupal, em ambiente escolar ou grupo de convivência, nos propõe a inclusão, porque alguém está excluído de um grupo determinado, isso significa incluir este que está fora, por ser diferente, como igual ou como diferente? Qual sua identidade? Que identidade será privilegiada? O que (não) se vê? Referências Authier-Revuz, J. (2001/1998). Palavras incertas – as não coincidências do dizer. Campinas. Editora Unicamp. Bhabha, H. K. (1998). O local da cultura. Belo Horizonte: Editora UFMG. Freud, S. (1976). Projeto para uma psicologia científica. Rio de Janeiro: Editora Imago ESB, v.XVIII. Gadet, F., & Pêcheux, M. (2004). A língua inatingível. Campinas: Pontes. Kaufmann,, P. (1993). Dicionário Enciclopédico de Psicanálise. O Legado de Freud e Lacan. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor. Kehl, M. R (2003). Masculino/Feminino: o olhar da sedução. São Paulo: Companhia das Letras. Lacan, J. (1964/1973). Os quatro conceitos fundamentais da Psicanálise. Livro XI. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor. Lacan, J. (1998). Função e campo da fala e da linguagem em psicanálise. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor. Lemos, C. (1994). Língua e discurso nos estudos sobre Aquisição de Linguagem: Anais do III Encontro Nacional de Aquisição de Linguagem. Porto Alegre. Nasio, J. D. (1995). O olhar em psicanálise. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor. Oliveira, E. C. (2004). Autoria: a criança e a escrita de histórias inventadas. Londrina: Eduel. Pêcheux, M. F C. (1997). A propósito da análise automática do discurso: atualização e perspectives. Campinas: Unicamp. Pêcheux, M. (1998). Semântica e discurso – crítica à afirmação do óbvio. São Paulo: Ed. Unicamp Campinas. Pêcheux, M. (2002). O discurso: Estrutura ou acontecimento. Campinas: Pontes.
quinta-feira, 8 de dezembro de 2011
novidade chegando no mercado.Derrubando-Barreiras iPhone 4S: Reconhecimento de voz é o destaque! Siri, o assistente de voz do iPhone 4S da Apple. O programa "permite ao usuário utilizar sua voz para enviar mensagens, marcar reuniões ou fazer ligações". "O Siri não apenas compreende o que se diz, mas também o que se quer dizer. Inclusive responde", explica a Apple em sua loja on-line. "Faz o que é dito a ele e encontra a informação que uma pessoa precisa". Com voz feminina, o Siri pode fazer chamadas, enviar mensagens de texto ou e-mails, programar reuniões e lembretes, tomar notas, identificar lojas locais e dar instruções para chegar a algum lugar. Também pode realizar cálculos matemáticos. "Este novo programa antecipa a forma como usaremos os dispositivos móveis no futuro", afirmou Charles Golvin, um especialista da consultora Forrester Research. O mais importante do Siri, segundo Golvin, é sua capacidade de contextualizar os pedidos. iPhone 4S: Reconhecimento de voz é o destaque Aplicativo "Siri" agiliza tarefas do dia-a-dia O novo iPhone 4s é a cara do antecessor Iphone 4: preto ou branco, com vidro na frente e atrás e contorno de metal. iPhone 4S: Reconhecimento de voz é o destaque um excelente e transformador recurso de reconhecimento de voz denominado "SIRI". Quando ativado, um ícone em forma de microfone aparece no teclado virtual. Sempre que há uma conexão à internet, é possível, por exemplo, ditar mensagens em vez de digitar. Depois de alguns segundos, o texto aparece na tela. O 'siri' no iPhone 4S é um botão do teclado virtual, e não um aplicativo separado. Siri reconhece voz com precisão Mas ditar mensagens é só o começo. Em 2010 a Apple comprou uma empresa chamada "Siri", cuja tecnologia foi parar no iPhone 4S. O Siri é apresentado como um ajudante virtual. Um auxiliar assustadoramente preciso e compreensivo. Não é necessário usar nenhuma expressão específica ou treinar a voz. Não é preciso nem segurar o telefone perto da cabeça. É só pressionar o botão Home até ouvir um sinal e falar normalmente ( nota do editor: o Siri entende comandos apenas em inglês, francês e alemão. A Apple está trabalhando para adicionar outros idiomas ). Estamos aguardando que, quando a Apple lançar o Iphone 4s no Brasil, o Siri já suporte o idioma português. O que deverá ocorrer antes do natal de 2011. Por enquanto, dá para dizer, em inglês, "Me acorde às 7h35", ou "Troque meu alarme de 7h35 para 8h". Dá para perguntar "Qual o telefone do trabalho do Gary?", ou "Como chego ao aeroporto?", ou "Tem algum bom restaurante tailandês perto daqui?", ou "Me lembre para alugar um filme neste fim de semana", ou "Quantos dias faltam para o Dia dos Namorados", ou "Toque Beatles", ou "Quando nasceu Abraham Lincoln?". Siri: aplicativo reconhece expressões cotidianas Em todos os casos, o Siri espera alguns segundos e fornece uma resposta perfeitamente elaborada, em uma calma voz feminina. A variedade de perguntas possíveis é espantosa. O Siri entende frases como "Como estará o tempo em Nova York neste fim de semana?" ou "Vou precisar de um guarda-chuva esta noite?". Émais impressionante ainda como as respostas do Siri criam uma conversa. Certa vez, usei a frase "Crie um compromisso com Patrick na quinta-feira às 15h". O Siri respondeu "Lembre que você já tem um compromisso de um dia inteiro neste dia. Devo agendar mesmo assim?". Sensacional. O Siri pode cumprir uma variada gama de funções. Ele pode monitorar ações, informações sobre clima, converter moedas e unidades, acessar dicionário, fazer contas e mais. Ele permite usar a voz para checar o alterar o relógio, calendário, contatos e compromissos. Ele pode ainda ler e-mails e mensagens e ainda acessar o GPS para lembrar compromissos como pegar a roupa após sair do trabalho. O aplicativo não é, porém, tão inteligente quanto computadores de filmes de ficção. Algumas perguntas mais inusitadas, como "quantos minutos do meu plano ainda tenho?" ou "Como tirar manchas de ketchup" deixam o aplicativo sem palavras. Além disso, o Siri não interage com outros aplicativos. Seria legal, por exemplo, usar uma frase para iniciar um jogo ou exibir algumas fotos. Segundo a Apple, o Siri vai evoluir com atualizações de software. Mas, mesmo em sua atual versão, o Siri já economiza tempo e muda radicalmente a definição de telefone. Eu uso cada vez mais comandos de voz para situações do dia-a-dia, como para acordar, iniciar uma ligação ou enviar uma mensagem. É uma pena que o Siri não esteja disponível para iPhones anteriores. Segundo a Apple, o aplicativo exige um processador mais rápido para funcionar. Mas, antes de a Apple comprar a Siri, havia um aplicativo que funcionava bem em outros modelos.
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