sexta-feira, 27 de abril de 2012

entrega de caes guia fora do brasil !Em parceria com o Instituto de Responsabilidade e Inclusão Social (IRIS), os deficientes visuais José Carlos Rodrigues, Maria Rita de Paiva Souza e Maria Rosa Delmasso Rodrigues viajam para os Estados Unidos, nesta quinta-feira (26/4), para buscar cães-guias treinados pela Leader Dogs for the Blind. O trio passará por um processo de capacitação intensiva para se adaptar a uma nova rotina, ministrado pelo instrutor técnico do IRIS, Moisés Vieira dos Santos Júnior – um dos poucos brasileiros credenciados pela International Guide Dog Federation. As aulas serão em português.  Desde 2009, o IRIS não envia brasileiros para a Leader Dogs for the Blind por falta de patrocinadores. Hoje, o Brasil possui 1,2 milhão de pessoas com deficiência visual e pouco mais que 70 cães-guia. A fila de espera por um cão-guia no IRIS é de mais de 3 mil pessoas. São Paulo, 23 de abril de 2012 – O Dia Internacional do Cão-Guia, que em 2012 será celebrado em 25 de abril, terá um significado especial para três deficientes visuais brasileiros. A data é anterior à esperada viagem a Michigan, nos Estados Unidos, para a realização de um sonho – buscar um cão-guia treinado pela Leader Dogs for the Blind. Com organização do Instituto de Responsabilidade e Inclusão Social (IRIS), parceiro no Brasil da entidade norte-americana, José Carlos Rodrigues, Maria Rita de Paiva Souza e Maria Rosa Delmasso Rodrigues se preparam para uma temporada de 26 dias de capacitação destinada a adaptá-los a uma nova rotina. Nesse período, o instrutor brasileiro Moisés Vieira dos Santos Júnior irá ministrar aulas, em português,  que incluem conhecimentos sobre cuidados diários com os cães, trajetos (em cidades e zona rural) e condução. Todo o treinamento será feito nas dependências da Leader Dogs for the Blind, em Rochester, Michigan. O instrutor é um dos poucos no Brasil a ser reconhecido pela International Guide Dog Federation. José Carlos, Maria Rita e Maria Rosa sabem que são uma exceção à regra de exclusão. Embora o Brasil possua cerca de 1,2 milhão de pessoas com deficiência visual, há pouco mais de 70 cães-guias circulando nas ruas brasileiras. Desde 2009, o IRIS não envia brasileiros para a Leader Dogs for the Blind por falta de recursos financeiros; na fila de espera da ONG há mais de 3 mil pessoas aguardando um cão-guia. Para Maria Rita de Paiva Souza, que vai passar o aniversário de 30 anos na Leader Dogs, o cão-guia é sinônimo de independência, liberdade. Vítima de uma doença degenerativa que começou aos nove anos, ela é cega desde os 22 anos e depende de bengala para se locomover. Há quatro anos, depois de intensa pesquisa e muita reflexão, a psicóloga – que trabalha na área de Recursos Humanos do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) – encontrou no IRIS a possibilidade de uma nova vida. “A perda da visão tolhe a liberdade, compromete a qualidade de vida; é muito difícil andar pelas ruas de São Paulo com a bengala por conta dos inúmeros obstáculos, das calçadas esburacadas. Com o meu cão-guia, poderei ter acesso a pequenos prazeres como ir a um salão de beleza sozinha, sem depender da agenda de acompanhantes. Já tenho muitos planos e uma agenda cultural intensa para quando voltarmos ao Brasil; quero ir ao cinema, ao teatro. Minha vida vai mudar”, afirma Maria Rita. A casa de Maria Rita está pronta para receber o cão-guia, que terá um “cãopanheiro” – a psicóloga divide a casa com o marido e uma lhasa apto chamada Donatella. Maria Rosa Delmasso Rodrigues também está ansiosa. Desde a morte de Gabi – seu primeiro cão-guia, que faleceu em 2009 – Maria Rosa, como vários deficientes brasileiros, tem problemas de acessibilidade. Deficiente visual desde os 27 anos por um descolamento de retina, hoje com 46 anos, ela é uma pessoa extremamente ativa e com uma rotina profissional intensa. Moradora da cidade de Marília, em São Paulo, Maria Rosa trabalha como diretora de uma escola municipal de ensino infantil. A volta à bengala impôs uma série de restrições no caminhar por conta de obstáculos e calçadas destruídas. “A rotina com bengala impõe um estresse absurdo, que não temos com o cão-guia. Gosto muito de caminhar, mas com a bengala a caminhada por lazer não é possível. Pela falta de conservação das ruas, já me machuquei e tive que operar os dois joelhos. Com o cão-guia, não tinha essa preocupação; não chegava ao trabalho cansada; tinha liberdade”, afirma. A viagem será para José Carlos Rodrigues um passo em direção da reconquista da liberdade; da qualidade de vida. Residente em Florianópolis, ele parte para os Estados Unidos para buscar o seu terceiro cão-guia. Aos 44 anos – deficiente visual desde os 22 anos por glaucoma congênito – José Carlos tem usado a bengala há dois anos; uma solução que já lhe custou uma queda dentro de um bueiro. Além de todo o estresse causado pela má conservação das vias públicas e pelos obstáculos aéreos, a vida sem cão-guia implica em outros aspectos. “O cão-guia é um agente socializador, que faz com que a percepção que as pessoas têm sobre os indivíduos com deficiência visual mude. Passamos a integrar a sociedade com mais leveza”, afirma. O trio estará no Aeroporto Internacional de São Paulo Governador André Franco Montoro, em Guarulhos, na quinta-feira, 26 de abril, a partir das 18 horas. Na ocasião, a direção do IRIS fará uma mobilização com entrega de panfletos para chamar atenção para a causa. O Dia Internacional do Cão-Guia é comemorado anualmente na última quarta-feira do mês de abril.  Fonte: Printec Comunicação

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